Do arado ao bordado: mudança no trabalho do homem do sertão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Chagas, Liliana Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/77902
Resumo: Apresentamos um estudo sobre as mudanças realizadas pelo homem sertanejo de atividade laboral rural, especificamente da agricultura, para uma nova ocupação no trabalho, o bordado, ocupação esta definida socialmente, até a atualidade, como um lugar dominado pelo gênero feminino. O cenário da pesquisa trata-se de uma localidade, situada na zona rural, do interior do estado do Ceará. Os colaboradores da pesquisa apresentam as seguintes características: gênero masculino, faixa etária acima de trinta anos, pertencentes a classe social baixa. Conduzimos este estudo utilizando autores contemporâneos, estabelecendo um diálogo entre a Psicologia, História, Antropologia e Sociologia. O corpo teórico encontra-se alicerçado na discussão das temáticas sobre: o sertão, as referências históricas na construção da identidade do sertanejo e o sentido atribuído ao trabalho. O objetivo geral da pesquisa buscou compreender a trajetória da mudança da atividade rural para uma atividade manual artesanal vivenciado pelo homem sertanejo. Os objetivos específicos são: compreender o valor atribuído ao trabalho na região sertaneja, descrever o contexto sócio-cultural que leva o sertanejo a migrar para a atividade do bordado e verificar como esse sujeito se significa no lugar do trabalho feminino. A metodologia utilizada fundamenta-se pela abordagem qualitativa, com foco etnográfico, através das entrevistas, uso de diário de campo e observaçãoparticipante. Os resultados nos mostram a adaptabilidade do sujeito sertanejo, motivada pela sobrevivência, além de uma tolerância e pouca resistência aos modelos que se apresentam como fonte alternativa de trabalho no sertão. Verificamos que essa transformação não acontece de imediato, decorre de um longo processo em que o homem foi tolhido de seu desejo. Destaca-se que o quadro atual do comportamento social, desse homem sertanejo, não se refere a uma designação reducionista, seja de forma positiva ou negativa, da sua nova ocupação no trabalho, mas essencialmente representa uma expressão singular de se mostrar e se reconhecer no seu contexto social. Palavras-chaves: trabalho, sertão nordestino, homem sertanejo e migração de atividade.