Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Bloc, Lucas Guimarães |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/96257
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Resumo: |
Esta dissertação tem como objetivo introduzir e discutir a psicopatologia fenomenológica de Arthur Tatossian. Psiquiatra francês, de origem armênia, Arthur Tatossian (1929-1995) pode ser considerado um dos principais pensadores da psicopatologia fenomenológica. Grande conhecedor tanto dos promotores da fenomenologia filosófica quanto dos da psicopatologia fenomenológica, Tatossian desenvolveu um modelo de psicopatologia que utiliza a fenomenologia como inspiração, buscando sempre se afastar de uma atitude natural para buscar uma atitude fenomenológica. Apesar do reconhecimento da importância de sua obra em diferentes países, há grande dificuldade, no Brasil, de acesso aos seus escritos. Esta dissertação se propõe a contribuir para o preenchimento desta lacuna. Na primeira parte, discutimos os fundamentos desta psicopatologia fenomenológica, analisando seus alicerces principais, bem como as suas bases epistemológicas. São discutidos a distinção entre sintoma e fenômeno, o paradoxo entre teoria e prática, as noções de normal e de patológico, de cultura e de inconsciente, bem como a importância do conceito de Lebenswelt (mundo vivido) e a concepção de subjetividade fenomenológica. Na segunda parte, buscamos compreender a depressão, um dos fenômenos psicopatológicos mais discutidos por Tatossian, traçando um caminho histórico do conceito, passando pela diferenciação entre tristeza e depressão, pelas condições de possibilidade do vivido depressivo ? o tempo, o corpo, o espaço e o outro ?, até chegar à concepção de depressividade. A relação ambígua entre psicopatologia e clínica surge como ponto central e comum daquilo que discutimos neste percurso introdutório. Com Tatossian, a psicopatologia assume uma função eminentemente clínica e a clínica se desenvolve para além de uma terapêutica, como o lugar da experiência psicopatológica. A busca do alargamento da experiência, e a influência do conceito de Lebenswelt, em sua ambiguidade pré-reflexiva, permitem que Tatossian desenvolva uma psicopatologia e uma clínica do Lebenswelt. Trata-se de buscar a compreensão da experiência fenomenológica que se apresenta na clínica, que, por sua vez, está situada na interseção dos Lebenswelten do paciente e do clínico. Compreende de forma ambígua os fundamentos de sua psicopatologia e a compreensão do vivido psicopatológico que se apresenta no contato tanto com o sujeito quanto com a psicopatologia. A fenomenologia clínica de Tatossian, sempre atravessada pela ambiguidade, valoriza e prioriza o contato cotidiano com o sujeito ? a experiência clínica mesma ? sem nunca descartar a teoria psicopatológica e se propõe, assim, a refletir radicalmente, via fenomenologia, a natureza da doença mental, sua constituição e formas de apresentação, possibilitando diferentes diálogos e horizontes. Palavras-chave: Psicopatologia Fenomenológica; Arthur Tatossian; Depressão; Clínica; Ambiguidade. |