Características audiológicas de pacientes com diabetes mellitus tipo 2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ferreira, Juliana Mota
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/88076
Resumo: INTRODUÇÃO: O Diabetes mellitus é uma síndrome metabólica crônica, caracterizada por hiperglicemia, com potencial para lesionar diversos órgãos, entre eles: olhos, rins, coração, vasos sanguíneos, nervos e cérebro. Se as alterações anatomofisiológicas decorrentes do processo de hiperglicemia têm potencial para lesionar vasos sanguíneos e nervos, acredita-se que os órgãos responsáveis pela audição também possam ser afetados pela doença, causando alterações auditivas nos pacientes. OBJETIVOS: Caracterizar a audição do paciente diabético tipo 2, analisando o limiar de audibilidade e a função coclear e investigar a associação entre os achados audiológicos e as complicações crônicas e co-morbidades. METODOLOGIA: O estudo transversal e analítico foi realizado no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão do Estado do Ceará. A amostra foi composta por pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, independente do sexo, com idades variando entre 36 e 60 anos, no período de abril a julho de 2009. Foram realizadas audiometria tonal liminar, emissões otoacústicas evocadas transientes (EOAT) e produto de distorção (EOAPD). RESULTADOS: Foram avaliados 152 pacientes diabéticos, 62,5% do sexo feminino. A média de idade foi de 53,4 ± 6,02 anos. O tempo médio de diagnóstico foi de 11,2 ± 6,3 anos. Os achados relacionados à audição mostraram perda auditiva em 63,2% dos pacientes, sendo todas do tipo sensorioneural, com predomínio das perdas bilaterais e simétricas, de grau leve e configuração plana. A análise das emissões otoacústicas mostrou 114 (75%) pacientes com alteração nas EOAT e 120 (78,9%) nas EOAPD. A média dos limiares de audibilidade por frequência assumiu valores acima de 25dB a partir da frequência de 4KHz, mostrando maior comprometimento de frequências agudas. A associação da perda auditiva com as variáveis estudadas mostrou mais risco para o sexo masculino, na faixa etária acima de 50 anos, e com sobrepeso, obesidade. Para as EOAT encontrou-se mais risco no sexo masculino e nos pacientes com sobrepeso ou obesidade; e para as EOAPD houve mais risco no sexo masculino e na faixa etária mais elevada. CONCLUSÃO: A avaliação da audição mostrou predomínio de perda auditiva sensorioneural bilateral simétrica, com prejuízo mais acentuado nas frequências agudas e maior comprometimento do lado esquerdo. A análise das emissões otoacústicas revelou elevada porcentagem de alterações, mostrando comprometimento maior nas frequências agudas e no lado esquerdo. A correlação entre os resultados da audiometria e das emissões otoacústicas mostrou que parte da amostra apresentou ausência de resposta das emissões otoacústicas diante de limiares de audibilidade normais, sugerindo que as células ciliadas externas da cóclea estão prejudicadas nesta população. O sexo, a faixa etária e o sobrepeso/obesidade apresentaram associação com a perda auditiva. Em relação às emissões otoacústicas, o sexo e o sobrepeso/obesidade apresentaram associação com a ausência de EOAT; e o sexo e a faixa etária com a ausência de EOAPD. As demais variáveis não apresentaram associação estatisticamente significante para as alterações auditivas estudadas.