Análise do processo de trabalho para coordenação do cuidado na Estratégia de Saúde da Família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araújo, Átila Chagas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125172
Resumo: A Atenção Primária à Saúde - APS representa uma estratégia de organização da atenção à saúde voltada para responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior parte das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades. Tais cuidados são avaliados pela existência de quatro atributos essenciais que, apesar de todos serem preciosos, a coordenação do cuidado através da Estratégia de Saúde da Família ¿ ESF tem maior importância na perspectiva dos cuidados articulados nas Redes de Atenção à Saúde - RAS. Isso porque a ESF deixou de ser um programa paralelo e setorial para ser a forma prioritária da APS para assumir a coordenação do cuidado em saúde. Esse estudo teve como objetivo analisar o processo de trabalho das equipes da ESF no exercício da coordenação do cuidado. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, realizada com 18 profissionais da Estratégia Saúde da Família e gestão do município de Picos, no estado do Piauí. Como fontes de evidência, foram utilizadas as informações registradas no diário de campo do pesquisador e os dados obtidos mediante entrevistas semiestruturadas com profissionais e gestores da APS. Adotou-se como categorias de análise o planejamento da assistência singular; alinhamento de condutas; o referenciamento; o diálogo entre os pontos de atenção e o monitoramento do usuário. Os resultados revelaram que a coordenação do cuidado não tem sido cumprida no município de Picos-PI e que houve maior dificuldade para o cumprimento dos elementos relativos ao processo de trabalho das equipes para se atingir a coordenação. A falta de protocolos assistenciais, a ausência de critérios para estratificação de riscos e o desconhecimento dos demais profissionais da rede pelos profissionais da ESF, dificultaram o compartilhamento de saberes e responsabilidades na construção de planos de cuidados. A falta de tecnologias tele comunicativas e os problemas de articulação entre os serviços da rede, colaboraram para a baixa comunicabilidade entre os níveis de atenção. Por fim, a ausência de sistemas informatizados, a desorganização e a insuficiência na oferta de exames e consultas restringiram o referenciamento vertical dos usuários, com baixa capacidade das equipes para gerenciarem as filas de espera e monitorarem os fluxos e contrafluxos assistenciais. Considera-se que os dissensos entre profissionais das equipes e a gestão deflagram a urgente necessidade de aproximar profissionais e gestores por meio de discussões e estratégias de avaliação e monitoramento dos serviços de APS, de forma regular e participativa. Espera-se que, através das reflexões, haja uma contribuição para o direcionamento de ações pela gestão e o desenvolvimento de práticas que garantam interfaces mais contínuas durante o caminhar dos usuários pelo sistema de saúde.