Rinossinusite fúngica invasiva aguda e a pandemia da Covid-19 em um hospital terciário do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Holanda, Isnara Mara Freitas Pimentel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/589992
Resumo: A rinossinusite fúngica invasiva aguda (RSFI) uma afecção provocada por fungos que induzem necrose tecidual difusa, podendo resultar na morte do indivíduo acometido em pouco tempo. A doença afeta principalmente indivíduos imunocomprometidas e apresenta uma alta taxa de letalidade se não tratada em tempo hábil. Pesquisadores do mundo todo têm investigado a possível relação entre a pandemia de COVID-19 e o aumento nos casos de RSFI, bem como quais fatores associados à infecção viral podem ter contribuído para esse crescimento. Durante e após a pandemia de COVID-19, o aumento percebido nos casos de pacientes com suspeita clínica e radiológica de RSFI aguda motivou este estudo, que teve como objetivo realizar uma avaliação clínico-epidemiológica de pacientes acompanhados em um centro de referência terciário no estado do Ceará no período de 2017 a 2023. O estudo incluiu pacientes com confirmação anatomopatológica da doença, enquanto aqueles com menos de 18 anos foram excluídos. Os prontuários foram revisados retrospectivamente utilizando um instrumento de coleta de dados que contemplou aspectos demográficos, epidemiológicos e clínicos, como idade, sexo, local de origem, comorbidades, sinais e sintomas, identificação de patógenos fúngicos, terapia antifúngica, achados tomográficos, procedimentos cirúrgicos realizados, letalidade e uma avaliação da incidência de casos pós-COVID-19. A análise tomográfica também permitiu uma proposta de estadiamento para classificar a extensão do envolvimento pela RSFI. Nossos achados revelaram que pacientes do sexo masculino foram os mais afetados, e que a média de idade foi de 55 anos. Cefaleia e dor facial foram os sintomas mais frequentes. Hipertensão arterial e diabetes foram as comorbidades mais prevalentes, com 50% (6/12) e 41,7% (5/12), respectivamente. A análise anatomopatológica identificou Aspergillus sp. como o fungo mais comum. A investigação tomográfica mostrou que todos os pacientes apresentavam acometimento de pelo menos um dos seios paranasais, sendo o complexo etmoidal e o seio maxilar os mais afetados. A taxa de letalidade foi de 25% (3/12). Com base no método de estadiamento proposto neste estudo, os pacientes que foram à óbito foram classificados nos estágios C e D. Este estudo sugere um possível aumento nos casos de rinossinusite fúngica invasiva aguda após o surgimento da COVID-19. Palavras-chave: Infecções Fúngicas Invasivas; Mucormicose; COVID-19.