Narrativa da humanização do parto e nascimento em Fortaleza-CE: pioneirismo e atualidade do movimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Piauilino, Yluska Macêdo Lôbo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/101531
Resumo: O presente estudo busca construir a narrativa do movimento de humanização do parto no município de Fortaleza, suas raízes, pioneirismo, implementação do ?Projeto Luz? no estado e a atualidade do movimento no município. Apesar dos avanços tecnológicos na área obstétrica, retomar as raízes culturais para humanizar o processo do parto é uma proposta alternativa ao modelo atual. A interferência da tecnologia sobre o parto está associada a um modelo biomédico que medicaliza o corpo, preconizando que o nascimento seguro é aquele que ocorre no meio hospitalar munido de alta tecnologia. Em contraponto, a humanização compreende entre muitos aspectos, a adoção de medidas e procedimentos simples e disponíveis regionalmente para o acompanhamento do parto e nascimento, evitando práticas intervencionistas desnecessárias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa a qual está baseada em fontes e evidências documentais primárias sobre as parteiras, relatórios e manuais do ?Projeto Luz? que resgatam e ampliam a compreensão hermenêutica, histórica e sociocultural do fenômeno e em narrativa de vivências dos profissionais envolvidos no movimento. Observou-se que no Ceará havia uma tradição do trabalho das parteiras na zona rural. Entretanto, esta tradição se perdeu com a urbanização e movimento de sanitização da saúde a partir da década de sessenta. Já na década de setenta, iniciou-se um movimento de valorização e capacitação das parteiras leigas com o trabalho do obstetra cearense Galba de Araújo. Posteriormente, houve a implantação do ?Projeto Luz?, baseado em trocas de experiências desenvolvido pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) no Ceará ao longo da década de noventa. Percebeu-se que o movimento de humanização do parto e nascimento teve seu start com a iniciativa e o pioneirismo de Galba de Araújo com o treinamento de parteiras no interior, porém o movimento foi fragmentado com o seu falecimento e posteriormente retomado pela JICA. Doravante, há um desconhecimento sobre a vida e a história de Galba de Araújo, o que deixa as raízes de uma história marginalizada. Concluímos que de nada valerá incentivo e treinamentos advindos de governo, estado, municípios e organizações internacionais, se não houver resgate e continuidade pautada nas raízes de um processo e em tudo que estas podem contribuir para o progresso do mesmo.