Resiliência familiar: processos vivenciados por uma família com vítima de abuso sexual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Coutinho, Marcia Moraes Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/104938
Resumo: O presente estudo teve como objetivo compreender processos de resiliência de uma família que vivenciou o abuso sexual intrafamiliar de um membro. Especificamente, buscou-se descrever o processo da revelação do abuso sexual, a estrutura e dinâmica da família antes e após o abuso, a rede de apoio com a qual a família contou, assim como os indicadores de resiliência familiar.Para isso, realizou-se uma pesquisa com delineamento de estudo de caso único. A família participante era composta por mãe e quatro filhos, sendo que a vítima (hoje com 17 anos) foi abusada pelo padrasto dos 9 aos 14 anos, quando ocorreu a revelação/denúncia da violência e o consequente afastamento do agressor. A pesquisa baseou-se na Inserção Ecológica, na triangulação de dados de diferentes instrumentos (entrevistas, diário de campo, genograma e análise de prontuários da vítima) e na escuta de vários participantes (vítima, mãe da vítima, irmão mais velho, pai biológico, vizinha, liderança da Igreja e psicóloga do CREAS). Os procedimentos da Análise de Conteúdo orientaram a sistematização de sete categorias de análise, as quais foram discutidas à luz do referencial sistêmico. Os resultados evidenciaram uma dinâmica familiar bastante conflituosa entre mãe e vítima; a sintomatologia da vítima como uma forma de comunicação; a existência de uma rede de apoio extrafamiliar que foi decisiva no processo de revelação do abuso e no período pós-revelação (papel da vizinha e da liderança da igreja, por exemplo); frequentes interrupções no atendimento recebido pela vítima no CREAS; assim como a importância de um espaço de escuta do sofrimento da mãe da vítima. Os indicadores de resiliência familiar (sistema de crenças, processos organizacionais e comunicacionais) também foram identificados. Conclui-se sublinhando a relevância de uma visão mais dinâmica, dialética e contextualizada das famílias que vivenciam o abuso sexual e dos processos de resiliência familiar por elas vividos. Palavras-chave: abuso sexual; resiliência familiar; família; vulnerabilidade; proteção.