Representações sociais da violência contra a mulher nos jornais policiais televisivos do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alves, Thaís Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124696
Resumo: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos contra mulheres chega a 4,8 para cada 100 mil. Realidade alarmante que também reflete no Brasil, sendo considerado o 5º país do mundo com a maior taxa de feminicídios. Inúmeros fatores estão por trás, contribuem e influenciam o agravamento desse tipo de violência, tais como o machismo, a representação do papel social da mulher e o patriarcalismo. Mas, por que em uma sociedade onde a mulher já conquistou tantos espaços, esses índices ainda são tão alarmantes? Para responder essa pergunta parece necessária a realização de uma análise das Representações Sociais que são construídas e compartilhadas acerca da violência contra mulher. Por isso, a presente dissertação tem como objetivo principal compreender as representações sociais da violência contra mulher a partir de jornais policiais televisivos do Ceará. Deste modo, buscou-se conhecer como os casos de violência contra a mulher são descritos pelos jornais policiais televisivos; como a vítima, a mulher, é representada dentro dessas notícias; como o agressor, o homem, é representado dentro dessas notícias e se há uma diferença na forma como as emissoras abordam a violência contra a mulher. Para alcançar o objetivo, foi feito uma análise de notícias provenientes de edições dos jornais televisivos policiais locais - Barra Pesada, Comando 22 e Rota 22, que são nesta mesma ordem veiculados pelas seguintes emissoras, Tribuna do Ceará e TV Diário e estão disponibilizadas de modo público no site das emissoras. A amostra final foi composta por 45 notícias. As notícias foram analisadas através de uma análise de conteúdo temática com o auxílio do software ATLAS-TI. As categorias emergentes foram pensadas previamente a fim de estabelecer uma guia para interpretação. Dentre elas, foram criadas quatro macrocategorias, que foram identificadas como: postura do apresentador, postura do repórter, elementos da notícia e fontes de informação. De modo geral, a partir da análise é possível perceber que os jornais policiais televisivos contribuem de forma ativa para a construção de representações sociais, que muitas vezes são ancoradas na culpalibilização das vítimas e com base na cultura do patriarcado e machismo. Os resultados indicaram que a mídia contribui de forma ativa para construção de uma banalização da violência, sendo de fundamental importância para a manutenção e reprodução das representações sociais acerca da violência contra a mulher. Porém, devido à espetacularização dos casos, nota-se que não são difundidas ideias que contribuem para coibir a violência na qual a mulher é vítima. As características dos conteúdos se apoiam em um caráter informativo, sem foco no aprofundamento da problemática ou no viés social. Além disso, a partir dos estereótipos que são formados pela sociedade, os profissionais da comunicação tentam justificar as ocorrências da violência. Palavras-chave: violência; mulher; representações sociais; jornalismo.