Quem discrimina homens que soam como gays? O papel do preconceito no processo de contratação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fontenele, Ana Beatriz Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/127457
Resumo: As pistas vocais são usadas para categorizar a orientação sexual das pessoas. Nesse sentido, ouvir um falante que soa como gay pode provocar discriminação. Contudo, pesquisas mostram que a categorização per si não leva à discriminação, havendo nessa relação categorização-discriminação o papel moderador do preconceito sexual. Diante disso, a presente dissertação teve como objetivo investigar, dentro do contexto brasileiro, se a voz é suficiente para categorizar os indivíduos como homens heterossexuais ou homens homossexuais e se essa categorização é suficiente para levar a discriminação ou se a discriminação ocorre a partir da combinação entre categorização e a avaliação negativa associada à categorização. Foram realizados dois estudos. O Estudo 1 teve o intuito de escolher as vozes que seriam utilizadas no estudo posterior, contando com a participação de 31 pessoas heterossexuais que avaliaram 12 vozes (6 de homens auto identificados como gays e 6 de homens auto identificados como heterossexuais). Os participantes ouviram cada uma das doze vozes, avaliando-as em termos de orientação sexual (em uma escala do tipo kinsey e em uma escala categórica) e de tipicidade de gênero. Ao fim desse primeiro estudo, 4 vozes foram escolhidas: duas vozes de falantes majoritariamente classificados como homossexuais sendo homossexuais e duas vozes de falantes majoritariamente categorizados como heterossexuais sendo heterossexuais. O Estudo 2 contou com a participação de 127 pessoas heterossexuais, sendo 77 mulheres e 50 homens (Midade = 30,54; DP = 9,36). A maioria dos participantes era da região Nordeste (N = 119, 93,7%), identificando-se como brancos (n = 69, 54,3%) e de classe média (n = 44, 34,6%), possuindo diploma universitário (n = 71, 55,9 %) e identificando-se politicamente como esquerda ou extrema-esquerda (n = 66, 52,3%). Os participantes ouviram um dos candidatos gays ou um dos candidatos heterossexuais e responderam um questionário avaliando-os em termos de traços de personalidade e empregabilidade. Os resultados mostraram que os candidatos gays eram discriminados contra candidatos heterossexuais, mas isso era verdade apenas entre participantes altamente preconceituosos. Dessa forma, essa pesquisa mostra que a categorização sozinha não é suficiente para a discriminação, sendo essa relação moderada pelo preconceito. Palavras-chave: Gaydar; Discriminação; Orientação Sexual; Contratação.