Suportes sociais no cuidado cultural com a regulação da fecundidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Lira, Roberta Cavalcante Muniz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/69800
Resumo: A compreensão cultural de ser no corpo da mulher que se dão as ações de regulação da fecundidade, leva a sociedade a atribuir unicamente a ela a responsabilidade de conhecer e usar métodos contraceptivos. Esta desigualdade nas relações sociais entre homens e mulheres traduz determinados comportamentos sociais que se baseiam em padrões hegemônicos produtores de sofrimento, adoecimento e morte. Neste contexto, a mobilização dos suportes disponibilizados pela rede interpessoal atua como mecanismo de superação, quando a mulher pode lançar mão dos laços familiares e de pessoas conhecidas para resolução de problemas ligados à regulação da fecundidade. Estudo em etno-enfermagem, que se apóia nos referenciais da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural (TDUCC) e Teoria das redes sociais. Teve o objetivo de investigar os suportes sociais utilizados por mulheres no cuidado cultural com a regulação da fecundidade. A coleta de dados foi realizada junto às mulheres assistidas pelo Programa de Planejamento Familiar de um PSF do município de Sobral-Ceará-Brasil, durante os meses de março a novembro de 2005, e segue o modelo de Observação-Participação-Reflexão preconizado pela TDUCC. A entrevista foi utilizada como forma de complementar os dados obtidos por meio da observação participante, tendo atuado como informantes-chave sete mulheres. Os dados foram analisados à luz dos referenciais eleitos, o que permitiu uma organização dos dados de maneira que os suportes foram sendo identificados considerando as várias dimensões sociais, ou fatores sociais e de estilo de vida da pessoa. Os temas de análise permitiram o agrupamento dos dados, levando em conta o cuidado cultural realizado. Como resultado evidenciou-se que a tecnologia presente hoje na questão da regulação da fecundidade configura importante suporte material/instrumental, pela variedade em termos de métodos, técnicas e procedimentos (cirúrgicos ou não cirúrgicos) que permite disponibilizar. Evidenciou-se também a tecnologia pelo número de informações e de recursos informacionais que faz surgir, e pelo suporte emocional/humano atribuído à sofisticação e segurança das práticas profissionais, como também das ações de pessoas comuns no seu cotidiano de regular a concepção de filhos. As recomendações apontadas foram principalmente: atuar nos recursos humanos do PSF estudado, de maneira a potencializar sua função como suporte informacional, e como forma de repercutir na melhoria do atendimento aos usuários; investir em uma maior variedade de contraceptivos orais na unidade de saúde, dando às mulheres opções quanto a esse suporte material que se revelou o mais cogitado; implantar a cultura dos grupos de ajuda, que configurem grupos de mulheres atuando umas para as outras como suporte emocional no campo da regulação da fecundidade.