Resumo: |
Trata-se de um estudo transversal de natureza descritiva exploratória, que tem como objetivo investigar Investigar o conhecimento, atitude e práticas dos médicos e enfermeiros da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Mossoró-RN em relação à detecção do câncer de mama. A coleta dos dados realizou-se em março de 2008, usou-se questionário autoaplicável, composto de dados sociodemográficos, avaliação dos conhecimentos, atitudes e práticas, aplicado aos 80 profissionais de saúde, sendo 33 médicos e 47 enfermeiros. Os dados foram organizados e analisados com estatísticas descritivas e para as análises bivariadas foi utilizado o teste de qui-quadrado de Pearson ou o exato de Fisher, quando indicado. Os participantes tinham idade média de 42 anos, 54,5% dos médicos e 89,0% dos enfermeiros eram do sexo feminino, 63,7% casados e com renda familiar acima de oito salários mínimos. Quanto ao tempo de atuação na atenção básica, 45,5% dos médicos e 17,8% dos enfermeiros tinham um período máximo de cinco anos. Obtivemos um baixo nível de conhecimento entre os profissionais pesquisados, médicos 18,2% e enfermeiros 0%, se considerarmos o início do rastreamento mamográfico a partir dos 50 anos, de acordo com as recomendações do MS. Os médicos e enfermeiros não preenchem os formulários de referência e contra-referência de uma maneira correta e principalmente os médicos encaminham suas pacientes na ausência de formulários. Na avaliação da prática frente a uma mulher de 35 anos de alto risco, 2,1% dos enfermeiros e 9,1% dos médicos solicitariam a mamografia. Na orientação de suas pacientes sobre o diagnóstico do câncer de mama, 93,6% dos enfermeiros e 48,5% utilizam das informações, ensinam AEM, orientam sobre as consultas periódicas e a importância dos exames complementares. A maioria dos entrevistados é jovem, com predominância do sexo feminino, casados, com média de dois filhos, com tempo médio de conclusão da graduação de dez anos. Sabem da importância da realização do ECM, porém desconhecem o período correto para sua realização. Poucos são conhecedores da importância da mamografia como método de rastreamento para o câncer de mama. A quantidade de exame mamográfico disponibilizada pela SMS é baixa, sua marcação passa por adaptação, e esses empecilhos impossibilitam o planejamento de implantação de um programa de rastreamento no município. O desconhecimento da população da importância da prevenção foi o principal fator limitante ao rastreamento do câncer de mama apontado pelos participantes. Concluímos que os profissionais da saúde não apresentam conhecimento da importância da mamografia e da idade para o início de sua realização no rastreamento para o câncer de mama; atitudes inadequadas no preenchimento e valorização do formulário de referência e práticas falhas com relação a mulheres jovens com alto risco para câncer de mama e na educação em saúde da população por eles assistida. Para alcançarmos uma diminuição da mortalidade pelo câncer de mama no município de Mossoró é necessário agirmos em três frentes: implantar e consolidar o Programa Nacional de Educação Permanente e Saúde (PNEPS); aumentar a oferta de exames mamográficos disponibilizados para a atenção básica e promover educação em saúde para a população, despertando o auto-cuidado pela saúde da mama. |
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