Efeito do tratamento com benzonidazol sobre o curso da infecção pela cepa Y do Trypanosoma cruzi em camundongos submetidos à alteração dos estoques de ferro pelo uso da desferrioxamina.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Francisco, Amanda Fortes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2455
Resumo: Neste trabalho foi verificado o efeito do tratamento com o único fármaco utilizado no Brasil para o tratamento da Doença de Chagas em camundongos submetidos a alterações nos estoques de ferro. Utilizaram-se camundongos Swiss machos com trinta dias de idade, divididos em sete grupos experimentais: (1) não infectado não tratado - NINT; (2) infectado não tratado - INT; (3) tratado com Benzonidazol (Bz) - BZ; (4) infectado e tratado com Desferrioxamina (DFA) por 21 dias (DFA-21); (5) infectado e tratado com Bz e DFA por 21 dias (BZ/DFA-21); (6) infectado e tratado com DFA por 35 dias (DFA-35) e (7) infectado e tratado com BZ e DFA por 35 dias (BZ/DFA-35). Os animais dos grupos DFA-35 e BZ/DFA-35 receberam 5mg/animal/dia de DFA durante os 14 dias que precederam à infecção (500 formas sanguíneas da cepa Y do T. cruzi via intraperitoneal). Os animais tratados com Bz receberam o fármaco a partir do primeiro dia de infecção e por mais 21 dias. Após a infecção, o grupo DFA-21, BZ/DFA-21, DFA-35 e BZ/DFA-35 receberam DFA por mais 21 dias. Foram avaliadas as curvas de parasitemia diariamente, período pré-patente, período patente, pico de parasitemia, dia do pico de parasitemia e taxa de mortalidade. Hemocultura, PCR e ELlSA negativos foram utilizados como critérios para definir cura parasitológica. Os animais foram necropsiados no 10o e 16o dia pós infecção (dpi) sendo determinados os níveis de ferro hepático, sérico e de hemoglobina. Avaliou-se também o peso dos animais, o peso relativo e o parasitismo do coração, fígado, baço e linfonodo. O processo inflamatório foi avaliado no coração e fígado. No grupo BZ, BZ/DFA-21, DFA- 35 e BZ/DFA-35, a média dos níveis de parasitemia, a taxa de mortalidade apresentaram-se menores em relação ao grupo INT. Não foram observadas diferenças significativas no período pré-patente. Cinqüenta e dois animais dos grupos BZ, BZ/DFA-21, DFA-35 e BZ/DFA-35 sobreviveram à infecção e 52% apresentaram hemocultura negativa, 40% PCR negativa e 6% ELlSA negativa aos 240 dpi. Todos os animais infectados apresentaram menores níveis de ferro hepático que os animais do grupo NINT no 10o e 16o dia. Os animais dos grupos DFA-35 e BZ/DFA-35 apresentaram em média maiores concentrações de ferro sérico quando comparados aos demais grupos no 10o e 16o dia. Aos 14 dpi os animais do grupo BZ/DFA-35 apresentaram em média níveis mais altos de hemoglobina quando comparados aos demais grupos ao contrário do grupo DFA-35 onde os níveis de hemoglobina diminuíram. O tratamento com a DFA aumentou o peso corporal dos animais dos grupos DFA-35 e BZ/DFA-35. Entre o 10o e 16o dia observou-se aumento de peso relativo do coração, baço, fígado e Iinfonodo apenas nos grupos que foram tratados com a DFA associada ou não ao Bz. Os animais do grupo DFA-35 apresentaram maior processo inflamatório cardíaco e hepático em relação aos demais grupos. Não foram encontrados parasitos nos tecidos dos animais tratados com Bz e no linfonodo de todos os grupos avaliados. Verificou-se redução do parasitismo cardíaco nos animais tratados com a DFA (21 e 35) em relação ao grupo INT. Não foram observadas diferenças significativas em relação ao parasitismo hepático e esplênico nos grupos INT, DFA-21 e 35. De modo geral, pode-se dizer que o tratamento com Bz realizado em camundongos que apresentam redução dos estoques de ferro tem um curso distinto do observado em camundongos não submetidos à terapia de quelação.