Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Sírio, Marília Alfenas de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2714
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Resumo: |
A Terra Indígena (TI) Xakriabá localiza-se no município de São João das Missões, região norte de Minas Gerais. Nesta TI, em 2007, havia 52 aldeias com cerca de 1.225 casas ocupadas, esparsamente distribuídas em duas áreas contíguas que têm 46.415 ha e 6.660 ha. Com população atual de 8.300 indígenas aldeados, a situação de saúde do povo Xakriabá foi pouco estudada e, até então, não havia dados sobre o estado nutricional desta etnia. Assim, este estudo se propôs a avaliar o estado nutricional das crianças de 0 a 12 anos e conhecer as práticas de nutrição infantil adotadas pelas famílias Xakriabá. Para a realização do estudo, aplicou-se um questionário em todos os domicílios da TI, contendo informações censitárias, demográficas, sócio-econômicas, e sobre o aleitamento materno e alimentação complementar. Além disso, foram aferidos peso e estatura das 2.400 crianças para avaliação do estado nutricional, segundo índices antropométricos e populações de referência da Organização Mundial da Saúde - OMS, de 2006 e 2007. Os dados de 2.340 crianças (97,5%) foram analisados segundo diferentes pacotes estatísticos, sendo realizadas análises descritivas de frequência de eventos, análises de sobrevivência e de associação de variáveis. Os resultados mostraram que 6,3% e 16,1% das crianças de 0 a 5 anos apresentaram baixo peso e baixa estatura para a idade, respectivamente. Mas 18,7% apresentaram sobrepeso segundo a estatura e, dentre essas, apenas 14,6% apresentaram baixa estatura para idade. Nas crianças de 5 a 12 anos, 1,9% e 9,6% apresentaram baixo peso e baixa estatura para idade, respectivamente e a obesidade não ultrapassou 1%. A duração mediana do aleitamento materno foi elevada (18 meses), mas, devido à introdução precoce de água, chás e caldinho de feijão, a duração mediana do aleitamento materno exclusivo foi de 52,9 dias. Concluiu-se que os déficits nutricionais, embora menos graves que em outras etnias indígenas do Brasil, superam aqueles observados para as crianças brasileiras não-indígenas e são consequentes às grandes desigualdades sociais vigentes no país, que colocam as sociedades indígenas em desvantagem quanto ao acesso a serviços de saúde de qualidade. Além disso, mudanças sócio-econômico-culturais decorrentes do amplo contato com não-indígenas têm levado a alterações nos hábitos alimentares, confirmadas pelos indícios de transição nutricional nessa TI. Os resultados poderiam subsidiar o planejamento e implementação de estratégias para tratar/prevenir os desvios nutricionais e incentivar o aleitamento materno e a alimentação complementar saudável em tempo oportuno. |