Implicações da tragédia na formação e no aperfeiçoamento do caráter humano, segundo a Poética de Aristóteles.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Almeida, Juliana Santana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2583
Resumo: O trabalho que desenvolveremos tentará estabelecer um elo entre as teorias aristotélicas sobre a ética e a arte poética. O viés que nos permitirá fazer tal ligação é a interpretação que aponta para a possibilidade de existirem idéias condizentes às propostas perfeccionistas nos textos de Aristóteles. Por isso prosseguiremos com uma chave de leitura que analisará a Poética como um texto que além de descrever a poesia trágica, descreve também um tipo de imitação poética que pode influir na vida e na moralidade humana. Todavia, por tratar da poesia a obra aguça nossa curiosidade para a possibilidade de uma reflexão de cunho estético (ou ao menos de filosofia da arte) descrito pelo Estagirita. Dividiremos nosso trabalho em três capítulos. Como abertura, esboçaremos um capítulo dedicado ao conceito aristotélico de paixão (páthos). Sua finalidade será delimitar o conceito mencionado, bem como estabelecer e esclarecer noções que o direcionam para o campo específico das paixões trágicas. Nosso segundo capítulo se deterá na questão das reações passionais e no caráter do discurso poético. No terceiro capítulo buscaremos enfatizar o caráter pedagógico da poesia descrita pelo Estagirita. Essas análises em conjunto nos permitirão perceber a ligação da poesia descrita por Aristóteles, a formação e o aperfeiçoamento moral do cidadão. Concluiremos que Aristóteles propõe o teatro e as peças teatrais como lugares extremamente favoráveis ao exercício da cidadania, bem como da reflexão acerca das ações consideradas moralmente retas. E os personagens dos espetáculos, com seus caracteres elevados, mas também com sua hýbris, podem ser vistos como modelos do que se deve ou não deve adotar por paradigma do agir bem. Ao excitar as paixões humanas diante do sofrimento alheio, a tragédia assume o papel de auxiliar na formação e no aperfeiçoamento do caráter do cidadão da pólis aristotélica.