Estudo dos fatores de risco nutricionais, clínicos, bioquímicos e comportamentais para as doenças cardiovasculares na população do ensino fundamental de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, 2006.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Cândido, Ana Paula Carlos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2595
Resumo: As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morbidade e mortalidade. Os fatores de risco cardiovasculares, tais como, hipertensão arterial, a obesidade, a dislipidemia, o sedentarismo e o diabetes mellitus iniciam-se já na infância. O objetivo principal do projeto foi identificar precocemente os riscos cardiovasculares na população estudada e estabelecer pontos de corte de medidas antropométricas que auxiliem a triagem nutricional. Estudo epidemiológico transversal de base populacional escolar foi realizado com indivíduos de 6 a 14 anos de idade. Uma amostra de 850 estudantes foi selecionada por processo aleatório simples estratificado pela proporção de escolares de acordo com o sexo, idade e número de alunos em cada escola. As seguintes variáveis foram incluídas: demográficas (sexo, idade), bioquímicas (colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicérides, glicose), clínica (pressão arterial), antropométricas (IMC, circunferência de cintura, percentual de gordura corporal pelas dobras cutâneas e pela impedância bioelétrica bipolar e tetrapolar), estágio puberal, peso ao nascer, atividade física, comportamento sedentário, socioeconômica (renda familiar) e história familiar (IMC e pressão arterial). A amostra foi composta de 47,6% meninos e 52,4% meninas. Observamos que 8,2% e 6,7% dos estudantes eram sobrepeso e obesos, respectivamente. Na avaliação bioquímica, foi observado que 23,7% dos alunos apresentam níveis limítrofes de colesterol, e 36,9% aumentados. 18,6% apresentaram níveis baixos de HDL, enquanto 24% apresentam níveis limítrofes e 5,8% níveis aumentados de LDL. Em relação aos triglicérides, 7,5% dos alunos apresentaram níveis elevados, sendo que 83% estão normais. Não foi observada alteração nos níveis de glicose de jejum. Observamos que 1,2% dos alunos eram pré-hipertensos, 1,2% eram hipertensos nível 1 e 1,5% hipertensos nível 2. Na análise da curva ROC, verificamos que a impedância bioelérica bipolar assim como o IMC são métodos de escolha para a triagem de adiposidade na população analisada e que a escolha dos métodos deve ser de acordo com o estádio de maturação sexual. Observamos uma associação de risco entre obesidade e IMC dos pais e entre as variáveis bioquímicas. Em relação a pressão arterial, observamos uma associação de risco com o IMC e o peso ao nascer. Observamos que 44,4% dos escolares estavam expostos a 2-3 fatores de risco e 8,2% a 4-6 fatores de risco cardiovasculares. Concluímos que a população analisada apresenta fatores de risco precoces, tais como excesso de peso, hipercolesterolemia, hipertensão arterial, sedentarismo, além de uma associação entre eles. Os pontos de corte estabelecidos podem auxiliar na detecção de adiposidade e dos riscos futuros para as doenças cardiovasculares.