Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Paula Melo de Abreu |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Geotécnica. Núcleo de Geotecnia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3173
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Resumo: |
As formas tripomastigotas metacíclicas e sanguíneas do Trypanosoma cruzi são funcionais em relação à interação parasito-hospedeiro e/ou invasão de células-alvo, entretanto elas diferem nas moléculas presentes na superfície. Assim, aspectos relacionados à variabilidade com que as formas infectivas do T. cruzi interagem com as células do hospedeiro podem levar a implicações fundamentais na resposta imune contra o parasito e, conseqüentemente, na evolução clínica da doença de Chagas. O recente aumento no número de imigrantes chagásicos em países não-endêmicos, podendo ocorrer a contaminação por transfusão sanguínea, torna importante a realização de estudos sobre o impacto da infecção por formas sanguíneas no curso da doença. Dessa maneira, o estudo da infecção pelas diferentes formas infectivas do T. cruzi durante a fase aguda da infecção, permitirá uma melhor compreensão dos mecanismos relacionados à patogênese da doença de Chagas. Baseado nisso, o objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações relacionadas aos parâmetros imunológicos celulares durante a fase aguda da infecção experimental de camundongos por formas tripomastigotas metacíclicas (TM) ou sangüíneas (TS) da cepa Berenice-78 do Trypanosoma cruzi. Os animais do grupo TS apresentaram níveis mais precoces e elevados de parasitemia em relação aos animais do grupo TM durante os 42 dias de avaliados. A análise dos leucócitos do sangue periférico demonstrou um que a infecção por formas sanguíneas ocasiona em um perfil bimodal, com aumento dos leucócitos no 7o e 42o dia após a infecção, enquanto que a infecção por formas metacíclicas leva a um perfil unimodal, com aumento nessas células ocorrendo mais tardiamente, no 28o e 42o dia após a infecção. A avaliação na produção de citocinas intracitoplasmáticas por esplenócitos demonstrou que na infecção por forma TS ocorre uma produção precoce de TNF- acompanhada por uma produção mais tardia de IFN-, quando a parasitemia já esta sob controle. Diferente do observado na infecção por formas metacíclicas, a qual apresenta uma produção precoce de IFN-. Além disso, nos animais do grupo TS não ocorre uma inversão de um perfil inflamatório para um perfil imunomodulado, mesmo quando a parasitemia já esta sob controle, sendo que nos animais infectados por formas metacíclicas este evento é observado. Esses dados corroboram com a quantificação do infiltrado inflamatório cardíaco, no qual os animais do grupo TS apresentaram uma inflamação precoce (7o dia após a infecção) que se manteve elevado até o 42o dia após a infecção, demonstrando assim que nesses animais ocorre uma exacerbação do processo inflamatório. Nos animais do grupo TM foi observada uma redução no processo inflamatório cardíaco do 28o para o 42o dia após a infecção, confirmando assim que na infecção por formas metacíclicas ocorre um controle da inflamação. A análise das alterações histológicas esplênicas, também demonstrou maior severidade nas mesmas nos animais do grupo TS. Portanto, a interação inicial entre formas tripomastigotas metacíclicas e o hospedeiro vertebrado induz um perfil de resposta imunológica diferente daquela observada na infecção com formas tripomastigotas sanguíneas. Dessa maneira, observa-se que a infecção por formas tripomastigotas metacíclicas ocorre de forma mais silenciosa, promovendo uma resposta imune capaz não só de controlar o número de parasitos durante a fase aguda da infecção como também de estabelecer uma resposta imunoreguladora ao final da fase aguda, limitando assim o desenvolvimento das lesões associadas à doença de Chagas. Entretanto, a infecção por formas tripomastigotas sanguíneas ocorre de uma maneira mais alarmante e apesar de haver o controle da parasitemia, não há o estabelecimento de uma resposta imunoreguladora eficaz, levando assim há uma inflamação persistente. |