Inflorescências da holoparasita de raízes Langsdorffia hypogaea (Balanophoraceae) como recurso chave para uma fauna generalista na estação seca.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Freitas, Luana da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3050
Resumo: Plantas que se reproduzem no período de baixa disponibilidade de recursos são importantes para a manutenção temporal de polinizadores e herbívoros. Foi testada a hipótese de que as inflorescências de Langsdorffia hypogaea são recursos-chave para parte da fauna em florestas sazonais por surgirem na estação seca e emitirem variados recursos em época de escassez. É esperada a existência de mecanismos para minimizar a herbivoria e otimizar a polinização. A reprodução da planta foi estudada em 2010 e 2011, em relação a sua duração, padrão fenológico, sincronia populacional e correlação com a pluviosidade. Baseado na morfologia floral e no comportamento dos animais visitantes procurou- se averiguar a potencial síndrome de polinização e levantar indícios de possíveis polinizadores e predadores. Após o término do período reprodutivo ocorrido em 2009 e 2010, os rizomas foram escavados para análise da estratégia reprodutiva (monocarpia ou policarpia). A floração é anual, de março a setembro, abrangendo todo o período de seca e parte do chuvoso. Houve sincronia populacional na floração de 2011 e emissão de botões em ambos os anos, sendo este correlacionado com a pluviosidade. A mortalidade pós evento reprodutivo sugere monocarpia (N= 21). As inflorescências são morfologicamente distintas, anteras com deiscência extrosa, estigma exposto acima do perianto e ausência de síndromes de polinização. Foram observados 259 artrópodes visitantes, a maioria Hymenoptera/Formicidae (149 indivíduos, 17 espécies), oito espécies de Aranae e quatro de outros insetos. Uma espécie de Coleoptera/Nitidulidae, o potencial polinizador, foi mais abundante (28% do total de visitantes na fase adulta), representados por adultos e larvas e apenas 12,5% dos agrupamentos de inflorescências chegaram à frutificação, em decorrência de predações. O alto investimento em reprodução atrai um grande número de herbívoros. Em contrapartida, a planta intercala períodos de alta e baixa sincronia populacional e oferta seus recursos reprodutivos no inverno, reduzindo a taxa de predação e aumentando a efetividade da polinização. Adicionalmente, o recurso em pleno período árido consiste de um recurso-chave ao atender as necessidades de uma fauna variada, principalmente espécies generalistas e oportunistas.