Avaliação da qualidade da água e ocorrência de cianobactérias do ribeirão do Funil, Ouro Preto - MG.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Borges, Diego Vaz da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. PROÁGUA, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3308
Resumo: Os objetivos do presente trabalho foram avaliar a ocorrência de cianobactérias em um manancial usado para abastecimento do Município de Ouro Preto, avaliando seu potencial tóxico para microcistina; e a qualidade da água, comparando com os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357\05. O Ribeirão do Funil é um manancial que abastece cerca de 11000 pessoas, além de afluente do Rio das Velhas. Foram determinados 3 pontos de amostragem ao longo do ribeirão: a montante (próximo as nascentes), na captação de água da ETA Funil e a jusante (próximo a foz com o Rio das Velhas). As coletas compreenderam períodos de seca (julho e outubro\07) e de chuva (fevereiro e abril/08), além de uma amostragem adicional, para análise qualitativa de cianobactérias, no mês de dezembro/07. Amostras de água foram coletadas com rede de plâncton com 20 µm de abertura de malha, para análise qualitativa de cianobactérias. Amostras foram enriquecidas em meio BG-11 (C/N e S/N). Os microrganismos isolados, foram identificados por meio de bibliografias especificas, sendo mantido sob condições fotoautotróficas. O potencial tóxico foi avaliado por meio do teste ELISA (Enzime-Linked Immuno Sorbent Assay). Para análise da qualidade da água, foram coletadas amostras superficiais com garrafas de polietileno. Foram avaliadas as seguintes variáveis ambientais: pluviosidade, temperatura da água, pH, condutividade elétrica, sólidos totais, turbidez, oxigênio dissolvido, DBO, N total, nitrato, amônio, P total, ortofosfato, coliformes totais e termotolerantes, clorofila-a e densidade de cianobactérias. O IQA foi determinado conforme metodologia recomendada pelo IGAM (2005). A análise qualitativa mostrou a ocorrência de 20 taxa (espécies/gêneros) isolados do Ribeirão do Funil, distribuídos em 12 gêneros pertencentes as ordens Chroococcales (5 %), Stigonematales (5 %), Oscillatoriales (30 %) e Nostocales (60 %). Foram identificadas as espécies/gêneros Anabaena ambígua, Anabaena inaequalis, Anabaena sp., Calothriz sp., Cylindrospermum licheniforme, Geitlerinema splendidum, Geitlerinema unigranulatum, Nodularia sp., Nostoc edaphicum, Nostoc muscorum, Nostoc cf. carneum, Nostoc sp1, Nostoc sp2, hormidium sp., Planktothrix sp., Pseudanabaena catenata, Pseudanabaena galeata, Scytonema sp., Stigonema sp. e Synechococcus cf. nidulans. O teste Elisa para microcistina revelou que a espécie Nostoc muscorum apresentou concentração de microcistina variando entre 0,5-3,0 ppb, enquanto que os demais gêneros/espécies testados apresentaram concentração inferior a 0,5 ppb. Os resultados das variáveis ambientais mostraram que sólidos totais, DBO e coliformes termotolerantes estiveram fora dos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 em algumas amostras. Na determinação do IQA observou-se que as variáveis sólidos totais, DBO e coliformes termotolerantes foram as variáveis que mais contribuíram negativamente para o IQA. A estimativa da correlação linear de Pearson revelou que somente as variáveis pluviosidade e coliformes termotolerantes tiveram uma correlação significativa com a densidade de células de cianobactérias. A análise de CCA por meio do teste de Monte Carlo revelou que as variáveis ambientais analisadas não afetaram a distribuição das cianobactérias. Conclui-se que é fundamental o monitoramento dos mananciais destinados ao abastecimento, por ser uma medida preventiva quanto a danos mais severos ao ecossistema e a saúde pública. Possibilita acompanhar a qualidade da água e uma possível deterioração do corpo hídrico, relacionada com as atividades exercidas na bacia.