Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
MAINI, Mariana Feijó Flôres |
Orientador(a): |
CARVALHO, Luciana Gonçalves de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Oeste do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Sociedade
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Departamento: |
Pró Reitoria de Pesquisa, Pós Graduação e Inovação Tecnológica
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/542
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Resumo: |
Esta pesquisa identifica e analisa alterações ocorridas no modo de vida da comunidade de remanescentes de quilombos do Moura, em Oriximiná/PA, desde a criação da Cooperativa de Trabalho da Comunidade do Moura – Coopermoura, em 2002, para facilitar a integração da mão de obra local em postos de trabalho abertos pela Mineração Rio do Norte (MRN) no complexo de extração de bauxita que ela opera na região desde a década de 1970. A pesquisa foi motivada pela crescente importância que a cooperativa vem assumindo na vida local, mobilizando membros de quase todas as 130 famílias da comunidade e, assim, interferindo nas interações sociais cotidianas e na rotina dos moradores, que progressivamente se afastam das atividades produtivas que, historicamente, caracterizaram o território quilombola: a caça, a pesca, a agricultura e, sobretudo, o extrativismo. No cenário atual, procura-se compreender, então, em que planos e de que formas o trabalho na cooperativa interfere na comunidade do Moura. Para tal, a pesquisa prioriza a perspectiva das mulheres, por entender que, além de prestarem serviços, são elas que permanecem mais tempo na comunidade e mais transitam entre diferentes gerações de indivíduos na sua lida cotidiana. Por meio da observação direta e de entrevistas realizadas em campo, assim como da consulta a fontes bibliográficas para conhecimento do passado recente da comunidade, investiga-se como a atuação na mineração, via cooperativa, vem suplantando atividades produtivas tradicionais e interferindo na divisão sexual do trabalho em família e nas relações comunitárias. O trabalho revela que, por um lado, a centralidade adquirida pela cooperativa está relacionada à sobreposição do território quilombola por duas Unidades de Conservação (UC) criadas logo após a instalação da mineradora, de modo a reduzir as áreas outrora disponíveis para uso da comunidade. Por outro, associa-se à formação de novos hábitos e padrões de consumo entre as gerações dos últimos 40 anos. Além do progressivo abandono das atividades tradicionais, a monetização das trocas, a desestruturação das interações familiares, o afrouxamento dos laços comunitários e o aumento da sobrecarga do trabalho feminino são elementos identificados como parte das mudanças introduzidas na comunidade. |