Células mucosas branquiais de Hemigrammus Levis Durbin, 1908 como Biomarcadoras ambientais no Lago Juá, Santarém, PA, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SANTOS, Tatiane da silva
Orientador(a): SILVA, Lenise Vargas Flores da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos
Departamento: INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS
País: BRASIL
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/304
Resumo: A poluição aquática é um dos grandes problemas ambientais da atualidade e a biota aquática é uma das mais afetadas pelo desenvolvimento urbano. Os peixes são animais extremamente sensíveis, pois podem ser contaminados através da absorção direta de substâncias do meio pelas brânquias ou pelo alimento ingerido. Esta pesquisa teve como objetivo principal avaliar as células mucosas da espécie Hemigrammus levis coletados no Lago Juá, Santarém, Pará, Brasil, como biomarcadoras ambientais, além de relacionar a densidade das células com as variáveis-físico-químicas da água do lago. Os pontos amostrais (1 e 2) foram definidos a partir de diferença geográfica e baseado em informações prévias de impacto ambiental e utilizados também para coleta de água. O ponto 1 ficava localizado nas proximidades de área antropizada e o ponto 2 encontrava-se próximo à área mais preservada. Utilizou-se ainda a Flona (Floresta Nacional do Tapajós) como ambiente controle. As coletas ocorreram durante 12 meses, de abril de 2017 a março de 2018. Os peixes (n=130; comprimento padrão (cm) 3,43 ± 4,2, peso (g) 0,73±0,24) foram colocados em sacos plásticos com aeração constante antes da biometria e anestesiados em solução de eugenol (100 mg/L) para serem submetidos à dissecção e procedimento histológico das brânquias, além de marcação das células. Os cortes foram corados utilizando solução de Alcian Blue pH-2,5, Ácido Periódico e Reativo de Shiff. As células mucosas branquiais foram identificadas e quantificadas com o auxílio de microscópio acoplado com sistema de captação de imagem e programa de medidas interativas, obtendo-se assim a densidade de células em mm². As variáveis de água avaliadas foram pH, temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, sódio, potássio, cloreto, amônia, dureza e alcalinidade, submetidas à análise de correlação de Pearson e regressão. A densidade de células mucosas foi analisada a partir do Teste de Mann-Whitney. A análise de variáveis de água mostrou maiores valores de condutividade ao longo de um ano no ponto 1. As variáveis da Flona aproximaram-se do ponto 2, com maior concentração de oxigênio dissolvido e menor condutividade elétrica, sugerindo um ambiente preservado. Na espécie analisada observou-se que a densidade de células mucosas ácidas e neutras foi modulada mediante as alterações que ocorreram nas variáveis físico-químicas da água principalmente no período de água baixa. Os dados sugerem que o pH e o potássio são as variáveis mais importantes para este efeito. Portanto, sugere-se que o Hemigrammus levis é uma espécie potencial para ser visualizada como bioindicadora de qualidade ambiental do Lago Juá, visto que esta mostrou modulação das células mucosas frente a alterações ambientais.