Avaliação da atividade antiedematogênica, antinociceptiva e toxicidade de Myrcia amazonica D.C. (Myrtaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: https://orcid.org/0000-0002-9530-6488 lattes
Outros Autores: LOPES, Poliane Silva
Orientador(a): OLIVEIRA, Ricardo Bezerra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia
Departamento: Instituto de Engenharia e Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/601
Resumo: As plantas medicinais são consideradas de grande importância para obtenção de moléculas bioativas e para a descoberta de novos fármacos, sendo necessária a realização de pesquisas que avaliem os seus efeitos farmacológicos e toxicológicos. Myrcia amazonica DC é conhecida popularmente como “pedra-ume-caá” na região norte do Brasil. Esta é utilizada pela população para o tratamento de várias patologias, como doenças de origem inflamatória, diabetes e diarreia. Apesar de ser utilizada e comercializada em mercados e feiras como planta medicinal, não há pesquisas publicadas a respeito de suas reais propriedades farmacológicas e toxicológicas, sendo que tais estudos são essenciais para garantir a eficácia e segurança de plantas utilizadas tradicionalmente como medicinais. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar as atividades antiedematogênica e antinociceptiva do extrato hidroalcóolico das folhas de M. amazonica (EHAMa) nas doses de 360, 480 e 600mg/kg, além de investigar seus possíveis efeitos neurotóxicos e hepatotóxicos. A atividade antiedematogênica foi avaliada por meio do teste de edema de pata induzido por carragenina em ratos wistar e a atividade antinociceptiva, pelo teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético em camundondos swiss. Os possíveis efeitos neurotóxicos do tratamento agudo e subcrônico foram investigados por meio dos testes comportamentais: labirinto aquático de Morris e barra giratória. A avaliação da hepatotoxicidade foi realizada por meio da determinação quantitativa dos níveis séricos das enzimas aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT). Os resultados obtidos mostraram que o EHAMa, administração aguda (a.a.), inibiu significativamente o edema de pata induzido por carragenina na dose de 600 mg/kg em 67%, em comparação com o grupo controle, demonstrando que o mesmo tem potencial como agente anti-inflamatório. O EHAMa (a.a.) apresentou efeito antinociceptivo nas doses de 360, 480 e 600 mg/kg reduzindo significativamente o número de contorções abdominais em 42, 40 e 97% respectivamente. O tratamento, tanto agudo quanto subcrônico, com o EHAMa na dose de 600mg/kg, não provocou alterações significativas sobre a locomoção, memória e aprendizagem de ratos Wistar. Os resultados encontrados para os níveis das enzimas ALT e AST no soro de ratos mostraram que o tratamento por 21 dias com o EHAMa na dose de 600 mg/kg, teve diferença significativa quando comparado ao grupo controle, no sentido de diminuir os níveis dessas enzimas em 23% para AST e 42% para ALT, pode-se assim sugerir um possível efeito hepatoprotetor bem como a ausência de efeitos hepatotóxicos. Esses resultados indicam um potencial farmacológico do EHAMa, o que justifica em parte o uso desta espécie pela população. No entanto, são necessários novos estudos para conhecimento dos princípios ativos da espécie e dos seus possíveis mecanismos de ação.