Resíduos de mercúrio em peixes comerciais consumidos na Pan-Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SANTOS, Amanda Carolina Pedro dos lattes
Orientador(a): LOPES, Ruy Bessa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biociências
Departamento: Instituto de Biodiversidades e Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/709
Resumo: Diante a alta demanda do consumo de peixes pela população da Amazônia, associado a problemática da contaminação dos recursos hídricos e da biota aquática, por metais, há a necessidade de se avaliar os níveis de mercúrio em alimentos consumidos localmente tal como o pescado. E estudos que reúnam trabalhos pretéritos para avaliações do cenário de contaminação mercurial são relevantes na direção de contribuir com o monitoramento da segurança alimentar regional. Portanto esta pesquisa têm o intuito de avaliar os níveis de concentração de mercúrio nos peixes comerciais mais consumidos na Pan-Amazônia, assim como estabelecer um índice de ingestão diária aceitável para resíduos mercúrio, a partir de dados secundários. Assim esta pesquisa é uma revisão bibliográfica sistemática a partir do levantamento de dados e informações em diferentes bases de dados eletrônicas científicas para o período de 1997 a 2021, realizada por meio de descritores relacionados aos resíduos de mercúrio em peixes comerciais consumidos na Pan-Amazônia. Conclui-se que os níveis de concentração de mercúrio aumentaram ao longo dos anos nos peixes carnívoros e que as espécies carnívoras encontraram-se acima do limiar da zona de segurança alimentar preconizada pela Organização Mundial da Saúde. A média de concentrações encontrada para as espécies carnívoras foi de 0,616 µg/g-1, para onívoro 0,299 µg/g-1 e Zooplanctofágos 0,411 µg/g-1, herbívoro 0,120 µg/g-1 e detritívoro 0,096 µg/g-1. O que representa um aumento 641,7% em relação ao nível trófico (detritívoro e carnívoro), mostrando o grande potencial de bioacumulação nas espécies topo de cadeia e a biomagnificação ocorrida entre um elo e outro. Dentre os níveis tróficos apenas os detritívoros e herbívoros não apresentaram concentrações acima de 0,5 μg/g–1 demonstrando serem os grupos mais seguros em relação às concentrações de mercúrio, sendo estas espécies consideradas como opções seguras para o consumo humano. Todavia é relevante atentar à respeito do risco da frequência que esse alimento é ingerido, uma vez que o mercúrio é um elemento com alto poder de acumulação e que mesmo em baixas concentrações, o seu consumo frequente pode ser prejudicial à saúde. Ademais, o Quociente de Risco mostrou que o consumo de espécies carnívoras e onívoras apresenta grandes riscos à saúde. O que traz a possibilidade de efeitos adversos, onde uma alta exposição ao Hg, mesmo que ocasional, pode contribuir significativamente para o aumento do risco de patologias neurológicas em indivíduos que estão sendo cronicamente expostos a este elemento.