AS INTERAÇÕES DA CRIANÇA SURDA NO ESPAÇO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SANTOS, Patrícia Siqueira dos
Orientador(a): CAVALCANTE, Eleny Brandão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Instituto de CIências da Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/634
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo principal compreender, no espaço da educação infantil, como acontecem as interações entre a criança surda e o meio social em que está inserida e da qual é partícipe, em uma Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI), situada na área urbana do município de Santarém/Pará. Fundamenta-se nos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural (THC), que compreende o desenvolvimento humano a partir das relações sociais e culturais. Para discorrer sobre a THC, a história da educação de surdos e a educação infantil, os autores são, respectivamente: Vigotski (1997, 2000, 2003, 2008, 2010), Martins (2006), Duarte (2013) e Costa et al (2017); Soares (1999) e Bueno (2011) e; Pasqualini (2010), Civilletti (1991), Kulhumann Junior (2015), além de documentos e legislações sobre as temáticas. Metodologicamente, como instrumentos de produção de dados, destacam-se as observações e entrevistas gravadas nos anos 2018 e 2019, realizadas com os professores que trabalhavam diretamente com a criança surda. Os sujeitos envolvidos foram 4 professores (3 ouvintes e um surdo) e uma criança surda. A análise dos dados ocorreu através de três categorias: interação entre a criança surda e seus professores; interação da criança surda nas atividades desenvolvidas; interação da criança surda com as demais crianças e o professor como organizador desse espaço. Essas análises recaíram sobre o “olhar cuidadoso” de compreender a prática pedagógica do professor para/com a criança surda no que tange às interações que eram estabelecidas. Como resultados, na primeira categoria, os dados descritos revelaram que, mesmo os professores conhecendo a forma de comunicação da criança surda, a falta de sensibilidade com aquela criança era recorrente e isso refletia em suas práticas pedagógicas de não promover o acesso ao conhecimento de forma compreensível. Na segunda categoria, chegou-se à compreensão de que o problema não estava na criança surda, em desenvolver as atividades ou se interessar por elas, mas centrava-se em como os professores procuravam envolver essa criança, para que pudesse interagir e delas participar. Na terceira categoria, o professor, como elemento organizador do meio educativo, não se fazia presente nos momentos que poderiam ser aproveitados como durante as brincadeiras e quando aparecia, era para repreender as crianças por suas condutas consideradas “erradas”. Dessa maneira, conclui-se que a pesquisa apontou que as interações da criança surda, na educação infantil, por ser uma etapa importante no desenvolvimento da criança, não aconteciam de forma que levasse essa criança a explorar, conhecer, e a constituir a sua subjetividade. Dessa maneira, o caminho percorrido por este estudo instiga que outras pesquisas sejam realizadas, para que a educação da criança surda seja de fato, desde a educação infantil, um processo que priorize seu desenvolvimento em vez de sua deficiência.