Clarice e o silêncio : a linguagem em A paixão segundo G.H.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Luiza de
Orientador(a): Nolasco, Edgar Cézar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1821
Resumo: O trabalho visa analisar a linguagem em A paixão segundo G.H. (1964), de Clarice Lispector, tendo por estofo teórico- crítico o conceito de místico em Ludwig Wittgenstein, e também o conceito de arquivo de Jacques Derrida. O místico tal como Wittgenstein entendia é o aparecer do que se mostra, o indizível. O filósofo chamou místico, ao mostrar que há, na linguagem, algo que é indizível – o silêncio. Sua defesa seria que o místico pode ser mostrado, porém não possa ser dito, expresso via linguagem. No romance de Lispector, a protagonista G.H., dado seu entendimento sobre a limitação da linguagem, tenta reproduzir a conquista do originário, a perda da identidade. A recapitulação que a protagonista faz do que lhe aconteceu é o exercício de linguagem de tocar no ponto que não é tocável: de arquivar a experiência. Derrida, em Mal de Arquivo: uma impressão freudiana, escreve que não há arquivo sem mal de arquivo, para o autor, mal de arquivo – desejo de lembrar a origem- deriva do esquecimento/memória. Para Derrida “estar com o mal de arquivo é sofrer de um mal. É arder de paixão, é incessantemente procurar o arquivo onde ele se esconde”. Em A paixão segundo G.H, o termo de Derrida se aproxima da falência da narradora, a falha de sua construção é comparável ao mal de arquivo porque designa a paixão da procura do arquivo onde ele se esconde, representado pela experiência mística de GH. Em tal estudo dar-se-á atenção, sobretudo, para a questão do silêncio como um traço diferenciador da linguagem empregada no livro. Além de Ludwig Wittgenstein e Jaques Derrida, outro filósofo e estudioso da obra clariciana embasará nossa discussão, Benedito Nunes, principalmente com os livros O dorso do tigre (1976), O drama da linguagem: uma leitura de Clarice Lispector (1995) e também a Edição Crítica do romance A paixão segundo G.H. (1988) organizada pelo crítico.