Fungos no tratamento de manipueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Novaes, Thaís Adriana Colman
Orientador(a): Paulo, Paula Loureiro, Possiede, Yvelise Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2231
Resumo: Efluentes agroindustriais, como a manipueira, são ricos em compostos que sofrem rápida acidificação e dependem de difíceis estratégias de tratamento, pois ainda não têm estabelecida tecnologia eficiente e de baixo custo. Em pesquisas realizadas com reator tipo calha anaeróbia de fluxo horizontal operando com uma demanda química de oxigênio (DQO) máxima de 16 g.L-1 de manipueira, houve crescimento espontâneo de fungos na entrada do reator, os quais se desenvolveram em pH moderadamente ácido (4,5), em meio praticamente anaeróbio. A comunidade fúngica encontrada foi isolada e identificada. Avaliou-se então a capacidade destes fungos em degradar matéria orgânica e as melhores condições para seu desenvolvimento e eficiência na degradação de matéria orgânica de acidificação rápida, e foram testadas, três diferentes condições ambientais: aerada (AE), não aerada (NAE) e não aerada restrita (NAER), em três diferentes concentrações, com e sem meio suporte. A partir destes resultados, foi estudada a possibilidade de incluir uma etapa preliminar de tratamento por fungos à digestão anaeróbia (DA) buscando elevar o pH visando tamponamento da manipueira. Foram realizados testes de biodegradabilidade anaeróbia da manipueira pré-tratada por fungos, com e sem a adição de tampão. Foram isolados 32 fungos, entre os quais prevalecera o gênero Aspergillus sp (11), seguido pelo Scedosporium sp (4) e Paecilomyces sp (3). A cultura mista de fungos mostrou habilidade em degradar manipueira, com somente 13% de DQO remanescente, em ambas as condições, AE e NAE. A condição NAER se mostrou ineficiente, pois levou 75 dias para remover 85% da matéria orgânica presente no meio. Os resultados indicaram que a concentração inicial de compostos de nitrogênio no meio tem papel importante no tamponamento do sistema. O meio suporte constituído de espuma de poliuretano, não foi eficiente, pois não ocorreu aderência expressiva de biomassa fúngica no mesmo. Pode-se concluir que a cultura mista de fungos estudada foi eficiente no tratamento de manipueira e poderia ser aplicada, tanto como tratamento único, utilizando a condição aerada, quanto como uma etapa preliminar à digestão anaeróbia, utilizando a condição não aerada. A última demonstrou que um tratamento preliminar por fungos apresenta-se como uma estratégia promissora para permitir a digestão anaeróbia de efluentes de rápida acidificação.