Resumo: |
A presente pesquisa tem por escopo investigar as universidades públicas brasileiras, por meio de suas significações imaginárias sociais. O período de análise que buscamos destacar se refere aos anos de 1995 a 2002. Nesse período, a concepção de Educação Superior modificou-se de maneira substancial. Em detrimento da implantação da Reforma de Estado, as universidades brasileiras são concebidas como organizações, localizadas no setor de prestação de serviços e submetidas à lógica do capital. Para a realização da pesquisa, consideramos relevante rastrear a criação sócio-histórica da universidade ocidental, assim como a transposição do modelo europeu à realidade brasileira. Como instrumento de investigação para a efetivação da análise, utilizamos as legislações e documentos oficiais, assim como obras de estudiosos sobre o assunto, produzidas na época em questao. Nossa pesquisa está estruturada a partir do conceito de significação imaginária social, elucidado na obra de Cornelius Castoriadis (1922-1997). A elucidação de um objeto, a partir do referencial teórico de Cornelius Castoriadis, tem por base sua redescoberta e nova teorização do imaginário, e de seu potencial de criação social-histórica e psíquica. A questão do imaginário tem ligação com o projeto de autonomia social e individual, e o mesmo pode ser localizado em alguns períodos históricos, como o próprio autor demonstra. Atualmente, para Castoriadis, a sociedade ocidental vive uma época de conformismo generalizado, em que os indivíduos perderam a capacidade de questionar o instituído e transformar o que está posto. Nesse contexto, é possível inferir que a universidade pública brasileira se encontra à deriva, submetida à significação máxima do Capitalismo. |
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