Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Sakamoto, Tatiana Mary |
Orientador(a): |
Costa, Fernando Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2432
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Resumo: |
O endotélio tem participação importante na fisiopatologia da anemia falciforme (AF), por sofrer ativação e disfunção endotelial decorrente da hemólise intravascular e da inflamação crônica e por interagir com as hemácias, leucócitos e plaquetas no processo vaso-oclusivo. As células endoteliais, uma vez ativadas, induzem a via de sinalização inflamatória levando ao aumento da produção de mediadores inflamatórios e de expressão das moléculas de adesão. As células endoteliais progenitoras circulantes ou Blood outgrowth endotelial cells (BOECs) são isoladas a partir do sangue periférico de adultos, possuem alta capacidade proliferativa e fenótipo estável ao longo da cultura in vitro e diversos estudos têm utilizado-as como fonte de células no processo de regeneração vascular, biomaterial na terapia gênica, modelo de estudo fisiopatológico de doença vascular. Este trabalho teve como objetivo padronizar a cultura de BOEC com o intuito de servir como modelo de estudo in vitro sobre a função endotelial na AF, avaliar as propriedades adesivas e inflamatórias dessas células endoteliais de pacientes com anemia falciforme e comparando essas propriedades com as de indivíduos saudáveis (controles). As culturas de BOECs foram estabelecidas para pacientes com anemia falciforme (AF, N=11) e indivíduos saudáveis (Con, N=5). Os resultados de ensaio de adesão celular estática mostraram que as hemácias normais do grupo controle apresentaram uma adesão significativamente maior nas BOECs de pacientes com AF. Entre as BOECs de controle e de pacientes com AF não foram detectadas por citometria de fluxo diferenças significativas de expressão das moléculas de adesão VCAM-1, CD36, Selectinas P e E, integrina v3 e Lu/BCAM, mas as BOECs AF demonstraram ser pró-inflamatórias, pois níveis significativamente elevados de IL-8 foram determinados por ELISA nos sobrenadantes das BOECs AF comparados aos sobrenadantes de BOECs Con. Pelo método de PCR array foram analisados a expressão de 84 genes endoteliais e dez genes foram identificados como significativamente subexpressos () ou superexpressos () nas BOECs de paciente AF em relação às BOECs de controle, CCL2 (), FAS (), PTGIS (), SELE (), SOD1 (), TIMP1 (), VWF (), IL6 (), IL11 (), PECAM (), mas essas diferenças não explicam as propriedades adesivas e inflamatórias encontradas alteradas nas BOECs AF. Este estudo confirmou a possibilidade de se estabelecer culturas de BOECs de pacientes com anemia falciforme e de indivíduos saudáveis. Os resultados deste estudo mostram pela primeira vez na literatura que as células endoteliais de pacientes com anemia falciforme possam ter propriedades adesivas e inflamatórias anormais mesmo fora do ambiente da circulação do paciente com AF onde existe vaso-oclusão e inflamação crônica. Diante dos dados obtidos, as BOECs demonstraram ser um bom modelo de estudo in vitro de AF e que abrem uma nova perspectiva para contribuir no estudo de novas terapêuticas e na fisiopatologia da anemia falciforme. |