PRC em sangue periférico como ferramenta no diagnóstico e no controle de cura da leishmaniose visceral em crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Fraga, Thiago Leite
Orientador(a): Brustoloni, Yvone Maia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1879
Resumo: No Brasil e em vários outros locais onde a leishmaniose visceral é prevalente, as crianças são as mais acometidas pela doença. Um dos principais problemas para a realização do diagnóstico na infância diz respeito à coleta das amostras biológicas, pois esta envolve procedimentos invasivos, que causam dor e desconforto ou podem apresentar acidentes potencialmente fatais. O controle de cura da patologia também apresenta dificuldades, pois apesar da volta à normalidade das alterações clínicas e laboratoriais após um curso de tratamento, a doença é sujeita a recidivas. As técnicas moleculares, como a PCR, têm sido cada vez mais utilizadas no diagnóstico e no monitoramento após o tratamento de pacientes com leishmaniose visceral. No entanto, os estudos que empregam esses métodos em crianças são escassos ou abrangem um número pequeno de participantes. Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a utilidade da PCR em sangue periférico no diagnóstico da LV em crianças no Mato Grosso do Sul, Brasil, comparando-a com métodos diagnósticos que utilizam coleta de tecidos através de procedimentos menos invasivos (microscopia direta, cultura e PCR em aspirado de sangue medular). Objetivou-se também analisar o emprego da técnica no controle de cura durante (1, 2 e 3 semanas) e após o tratamento (1, 2, 3 e 6 meses). Os resultados evidenciaram que a PCR em sangue periférico realizada em 45 crianças apresentou positividade elevada (95,6%) e semelhante à PCR em sangue medular (91,1%), e foram mais sensíveis que a microscopia direta (80%) e a cultura (26,7%). A avaliação do controle de cura de 29 crianças, das quais foram coletadas 232 amostras de sangue periférico para a realização da PCR sequencial, mostrou que na maioria dos pacientes os resultados tornaram-se negativos após duas semanas de tratamento, mas em alguns deles resultados fracamente detectáveis foram demonstradas até dois ou três meses após o tratamento, podendo significar resquícios de DNA ou mesmo parasitos viáveis, mantidos quiescentes de acordo com a resposta imunológica do hospedeiro. A presença de banda de forte intensidade na PCR em uma criança que recidivou e que já havia apresentado negativação da reação antes do reaparecimento dos sintomas, evidenciou que este método foi capaz de detectar precocemente parasitemia em caso de tratamento insatisfatório. O estudo reafirma que a PCR em sangue periférico pode substituir com vantagem os tradicionais métodos invasivos no diagnóstico da leishmaniose visceral na infância, e mostrou-se bastante útil para a monitorização do controle de cura, sugerindo que a realização desta técnica durante os três primeiros meses após o tratamento pode ser uma ferramenta valiosa na detecção de recidivas em pacientes imunocompetentes.