A relação do fogo e da inundação sobre a estrutura e funcionamento das comunidades arbóreas de capões do pantanal, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Allan Henrique de Almeida
Orientador(a): Damasceno Júnior, Geraldo Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3234
Resumo: O fogo e a inundação são fatores naturais que podem exercer o papel de filtros ecológicos sobre a vegetação, agindo separadamente ou interagindo, levando as espécies a modificações morfológicas e fisiológicas. O fogo e a inundação são considerados agentes modeladores da paisagem por influenciarem diretamente a composição e estrutura das comunidades vegetais. A diversidade funcional tem se mostrado uma medida eficiente para o entendimento da dinâmica da vegetação em resposta ao fogo, a inundação e a interação de ambos. Em planícies inundáveis, como no Pantanal, a vegetação está sujeita a periódicos regimes de inundação e em anos secos podem ocorrer episódios de fogo. Os capões são manchas de vegetações arbóreas com formato circular ou elíptico, e estão circundados por campos naturais. A borda dos capões está sujeita a inundação periódica enquanto o centro quase nunca alaga. O fogo ocorre nos anos mais secos, o acumulo de biomassa pelas espécies gramíneas serve de combustível inicial, e o fogo pode ocorrer naturalmente devido aos raios que caem no inicio da estação chuvosa, ou ocasionado pelo homem. Nosso objetivo é testar de que maneira o fogo, a inundação e a interação dos mesmos estão associados com os valores dos traços funcionais e na diversidade funcional das espécies arbóreas dos capões do Pantanal. Foram distribuídas 170 parcelas de 50 m² em 24 capões (12 queimados e 12 não queimados) e medimos 11 traços funcionais relacionados às estratégias alocação de recursos e reposta a filtros ambientais nas 20 espécies arbóreas mais representativas dos capões. Selecionamos 14 indivíduos de cada espécie para mensurar os traços funcionais. Os resultados demonstram que as espécies da borda e as do centro têm características muito distintas. Ao longo do gradiente de inundação as espécies tendem a diminuir o valor da área foliar específica e concentrações de nitrogênio foliar, enquanto aumentam as espessuras da casca e das folhas e o conteúdo de matéria seca foliar. Nas áreas não queimadas, os valores dos traços funcionais apresentaram maior diferença entre as espécies dos ambientes inundáveis e inundáveis. Após o episódio de fogo a diferença entre os valores dos traços funcionais das espécies de ambientes inundáveis e não inundáveis diminuíram, os valores dos traços foram mais semelhantes. Apesar dos nossos resultados demonstrarem que há uma variação nos valores dos traços funcionais das espécies em resposta ao fogo, inundação e interação de ambos, porém, não há variação na diversidade funcional da comunidade. Ou seja, o fogo, a inundação e a interação podem alterar a composição das espécies, entretanto não alteram a diversidade funcional, indicando que há um efeito "tampão" na comunidade. Os filtros substituem as espécies por outras com funções muito similares, e as funções ecossistêmicas da comunidade são mantidas.