Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Daniela Simone D. S.
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Orientador(a): |
PIATTI, Célia Beatriz
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação (Campus Campo Grande)
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Departamento: |
FAED
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/4357
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Resumo: |
Esta investigação está associada à linha de pesquisa “Processos formativos, práticas educativas, diferenças” do Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Tem como objetivo compreender como as professoras que atuavam nas escolas rurais localizadas no município de Paranaíba-MS, nas décadas de 1970 a 1990, mesmo leigas, ou seja, sem formação condizente com a função, constituíam-se professoras. Para tanto, fundamenta-se na teoria histórico-cultural, com base no materialismo históricodialético. Para a investigação adotou-se como procedimentos a entrevista semiestruturada com cinco professoras que atuaram nas escolas rurais durante o recorte temporal mencionado e a análise documental de fichas funcionais e diários de classe cujos registros contribuíram para compreensão de nosso objeto de estudo, na medida em que evidenciam de alguma forma a formação, o espaço e o tempo de atuação, a remuneração e a organização dos conteúdos lecionados. A educação rural traz em seu histórico o abandono das políticas públicas, a falta de estrutura das escolas, a ausência de formação de professores e a precariedade no ensino com salas multisseriadas e na própria organização da escola, isoladas e distantes. Nesse sentido, considera-se que os resultados revelam que as professoras assumiam as funções nas escolas de forma integral, ensinavam e organizavam o espaço escolar, sendo responsáveis por todos os cuidados com as crianças. Faziam a merenda, limpavam as salas de aula, promoviam a manutenção dos mobiliários e recebiam os pais. Algumas residiam nas fazendas sedes das escolas e outras, com transportes diversos, retornavam para suas casas após a aula. Eram contratadas com salários baixos e sempre via clientelismo e de apadrinhamentos de pessoas influentes na região. Em seus depoimentos revelam as condições adversas em que atuavam, mas constituíam-se professoras na experiência junto aos alunos, no dia a dia, na organização administrativa e pedagógica da escola. Considera-se que em suas singularidades, as professoras leigas representavam o universal, o retrato da escola rural no Brasil, as condições adversas da profissão e as precárias condições das escolas rurais subalternas ao processo de desenvolvimento urbano, considerado sempre em avanço e o rural em atraso. Os resultados apontam que é possível considerar que alguns sujeitos são expropriados da condição de protagonistas de suas próprias histórias – quem são as professoras leigas? Esquecidas, na condição de professoras, sujeitadas à ordem social que as constituiu e que por elas foi constituída. No processo de constituir-se professora, não há argumentos, ou críticas nos depoimentos coletados que demonstrem a avaliação dessas mulheres em seu papel frente à sociedade capitalista que engendra condições e modelos de constituírem-se professoras nas escolas rurais. |