Probabilidade de ocupação de manchas florestais por médios e grandes mamíferos na sub-região da Nhecolândia, Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Castro, Wendy Judy Padilla
Orientador(a): Albuquerque, Nelson Rufino de, Tomas, Walfrido Moraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2690
Resumo: Pantanal é a maior planície alagada do mundo e possui um mosaico de fitofisionomias, ainda em bom estado de conservação, mas na região a criação extensiva de gado tem provocado transformações na paisagem através da supressão de formações florestais e substituição da vegetação nativa. Mamíferos são afetados por essas alterações, mas pouco se sabe como eles respondem a essas alterações. Com isso, este estudo buscou avaliar a resposta de algumas espécies de ungulados e carnívoros às variações naturais na paisagem e as modificações na estrutura de habitats em função de atividade pecuária no Pantanal, utilizando modelagem da probabilidade de ocupação. O estudo foi desenvolvido em três fazendas na sub-região da Nhecolândia e a coleta de dados de ocorrência das espécies foi feita por meio de armadilhas fotográficas. O histórico de detecções assim obtido, juntamente com variáveis ambientais, foi usado para modelar a probabilidade de ocupação das espécies registradas com uso do programa PRESENCE 5.8. Foram registradas 8 espécies de ungulados e 6 de carnívoros. Dos ungulados, foram gerados modelos de ocupação somente para duas espécies, anta (Tapirus terrestris) e veado-mateiro (Mazama americana). Dos modelos gerados para T. terrestris, a variável que influenciou positivamente a probabilidade de ocupação foi a densidade de árvores grandes (CAP > 50 cm). Para M. gouazoubira, a probabilidade de ocupação foi influenciada negativamente pelo isolamento e positivamente pela presença de bambu. Para as demais espécies não foram gerados modelos devido ao número reduzido de registros ou por nenhuma das variáveis analisadas ter sido determinante na ocupação dessas espécies, não diferindo de um modelo nulo. Para carnívoros, a disponibilidade de arbustos teve efeito negativo sobre a ocupação de quatis, Nasua nasua. Lobinho (Cerdocyon thous) teve sua ocupação influenciada negativamente pela disponibilidade de árvores e caraguatá. Jaguatirica (Leopardus pardalis) evitou áreas com alta densidade de acuri adulto, mas pareceu responder positivamente à disponibilidade de árvores com CAP < 50 cm. Para irara (Eira barbara) a ocupação foi influenciada positivamente pelo tamanho da área. Algumas das espécies registradas no estudo são conhecidamente florestais e alterações nesses ambientes teriam efeitos negativos na ocupação por elas. Sendo assim, é necessário estabelecer limites e critérios de manejo que possibilitem o desenvolvimento da pecuária e que também garantam as condições para a manutenção da biodiversidade na região.