Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Zanetti, Flávia Gilda |
Orientador(a): |
Kodjaoglanian, Vera Lucia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2993
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Resumo: |
Diabetes Mellitus caracteriza-se como uma doença crônica de expansão em nível global, com elevada prevalência, importante morbidade decorrente a complicações agudas e crônicas, com altas taxas de hospitalização e mortalidade. Este estudo teve como objetivo compreender, por meio de uma pesquisa exploratória seccional, os conhecimentos de pessoas com Diabetes Mellitus sobre sua doença, bem como as atitudes e hábitos alimentares autorreferidos. O estudo contou com a participação de cento e quarenta e sete usuários com diagnóstico de diabetes (tipos 1 e 2), inseridos no Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos – HIPERDIA da rede municipal de saúde de Bodoquena estado de Mato Grosso do Sul, em atendimento no período de maio a setembro de 2015. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário com variáveis sobre dados sociodemográficas e hábitos alimentares, além do Questionário de Conhecimento em Diabetes (DKN-A), o Questionário de Atitudes Psicológicas (ATT-19) e o Questionário de Frequência Alimentar (QFA). Para a verificação da análise dos dados, aplicou-se o Teste de Qui-quadrado (Chi square) para as análises bivariadas e modelos de regressão logística múltipla para análise conjunta dos fatores associados (p<0.05). Calculou-se o Odds ratio bruto (OR), com os respectivos intervalos de confiança de 95% para cada variável. Em relação às variáveis, a dieta prudente foi classificada como variável dependente e as variáveis como renda, escolaridade, idade, entre outras foram classificadas como variável independente. Os valores a partir de Odds Ratio (OR) identificavam risco ou proteção à dieta prudente, portanto quando os valores de OR eram maiores indicavam maior risco para uma dieta conservativa (dieta nutricionalmente inadequada) e quando o OR apresentavam valores menor indicavam fator de proteção para a dieta prudente (dieta nutricionalmente adequada). Valores de p < 0.05 foram considerados estatisticamente significativos. Dentre os 147 sujeitos com idade média de 59,5 anos, a maioria era do sexo feminino (63,45%), casada ou em relação estável (75,16%) e possuía hipertensão arterial associada ao diabetes pré-existente (57,24%). No que diz respeito a escolaridade, 44,13% tinham o ensino fundamental incompleto, e a maior prevalência (66,89%) tinham renda entre 1 a 2 salários mínimos. Já no que tange às variáveis relacionadas aos hábitos alimentares, notou-se que 61,60% dos entrevistados realizam apenas três refeições ao dia. Apesar de 95,5% possuírem consciência dos benefícios da alimentação no controle metabólico da doença, o quesito dieta destacou-se como principal dificuldade no tratamento, sendo que 34,25% dos entrevistados relataram a proibição do consumo de doces como a principal dificuldade na adesão ao tratamento nutricional. Através do QFA identificou-se que 81,63% dos usuários entrevistados relataram consumir alimentos pertencentes ao padrão alimentar denominado conservativo, constituído por alimentos ricos em gorduras saturadas, carboidratos simples, industrializados e hipercalóricos. Não houve estatisticamente associação entre o consumo alimentar do padrão alimentar prudente em relação aos conhecimentos e atitudes dos entrevistados relacionados a sua patologia. Em relação ao conhecimento sobre a doença, a maior parte dos usuários (82,50%) obteve escores menores que oito em relação ao diabetes no questionário DKN-A. Quanto aos escores de atitude, 93% dos participantes apresentaram escores menores que 70 pontos no questionário ATT-19. Os resultados apontam que os indivíduos com diabetes, obtiveram baixo nível de conhecimento sobre a doença e suas complicações, apenas 17,5% dos entrevistados possuíam escores acima de 70 pontos, indicando um bom conhecimento em relação a sua patologia. Em relação à atitude, observou-se que apenas 7% possuía escore acima de 8 pontos, classificando os resultados como valores inferiores ao desejado sobre a atitude de enfrentamento da doença. O nível de conhecimento esteve relacionado positivamente à renda familiar do diabético, sua escolaridade, número de refeições realizadas diariamente e a percepção do individuo em relação aos benefícios da alimentação para o controle glicêmico, sendo que a alta escolaridade apresentou-se como o maior fator de risco para ter hábitos de padrão alimentar conservativo. Não houve associação entre o consumo alimentar do padrão prudente, conhecimentos e atitudes dos entrevistados relacionados ao Diabetes Mellitus. Diante disso, o presente estudo nos revela que os entrevistados apresentaram dificuldade no enfrentamento de sua doença, quando relacionado seu conhecimento e sua atitude perante o diabetes mellitus. Os resultados apontam para a necessidade de uma estruturação efetiva nas ações de educações em saúde direcionadas aos pacientes com diabetes mellitus, que atendam as exigências dos pacientes, assim como também da necessidade do surgimento de novas pesquisas com foco em melhorias nas ações de educações em saúde e relacionadas as outras variáveis que podem refletir a adesão terapêutica, como o hábito de realizar atividade física, saúde mental, saúde bucal, religiosidade, crenças, entre outras, buscando assim melhorias nas dificuldades cotidiana no controle do diabetes. |