Diversidade de espécies arbóreas em capões, Pantanal sul: relações com a área e o isolamento das manchas florestais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Frison, Sergianne
Orientador(a): Araujo, Andréa Cardoso de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/611
Resumo: Os capões são manchas de vegetação arbórea imersas numa matriz campestre. Assim, com base na teoria de biogeografia de ilhas, seria esperado que o número de espécies presentes nos capões estivesse relacionado à sua área (relação espécie-área) e distância da área fonte de espécies (isolamento). Outro fator que poderia explicar a riqueza de espécies em manchas florestais é o efeito de borda, que em pequenos fragmentos pode causar mudanças no microclima e na luminosidade, afetando o potencial de germinação e sobrevivência e, conseqüentemente o estabelecimento das plantas. Os objetivos deste estudo foram conhecer a composição florística e a estrutura da comunidade de espécies arbóreas, relacionando-as ao tamanho, ao índice de borda e ao grau de isolamento, em capões da Fazenda São Bento, sub-regiões do Miranda e Abobral, Pantanal Sul. O perímetro e a área de 31 capões foram tomados a partir da imagem de satélite CBERS-2 CCD e calculados com o auxílio do programa Erdas. A partir destes dados foram definidos o índice de borda e o grau de isolamento dos capões. Para o levantamento florístico e obtenção dos parâmetros fitossociológicos foi inventariada uma parcela de 10X20m em cada capão. Foram amostrados 700 indivíduos distribuídos em 31 famílias, 46 gêneros e 54 espécies. De acordo com os dados deste, e de outros dois estudos realizados em capões na mesma região, as famílias mais representativas são Fabaceae, Myrtaceae, Sapindaceae. Não houve efeito do tamanho e nem do grau de isolamento sobre a diversidade de espécies arbóreas nos capões amostrados. Uma hipótese sugerida é que a variação de tamanhos e a distância da área fonte (cinco capões mais próximos) dos capões da fazenda São Bento sejam muito pequenas para demonstrar tal relação. Além disso, a presença de gado, bastante expressiva na região, pode estar afetando a composição de espécies diretamente, através do pisoteio e da pastagem seletiva, bem como indiretamente, devido às práticas associadas à pecuária extensiva tais como queimadas e retirada seletiva de árvores. Os capões da Fazenda São Bento apresentaram formatos variados (IB) e foram, em sua maioria, não circulares. Ainda que tamanho, forma e grau de isolamento dos capões não tenham afetado a composição de espécies arbóreas, os efeitos desses fatores podem manifestar-se em escalas de tempo maiores, sendo necessários novos estudos, de mais longo prazo, que avaliem estes efeitos.