Representações do sujeito-aluno da fronteira Brasil- Paraguai em documentos oficiais do Programa Escolas Interculturais de Fronteira.(PEIF)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Jaqueline Alonso Braga de
Orientador(a): Souza, Claudete Cameschi de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2711
Resumo: Este trabalho problematiza o processo de constituição identitária do aluno da fronteira Brasil Paraguai no discurso de documentos oficiais sobre o programa federal Escolas Interculturais de Fronteira, com base no método arquegenealógico de Foucault e fundamentado nos postulados da Análise do Discurso de linha francesa (FOUCAULT, 1999/2008), na Linguística Aplicada (CORACINI, 2007; MAHER, 2007; UYENO, 2011) nos estudos culturalistas (BHABHA, 1998; HALL, 2006; BAUMAN, 2005; BURKER, 2003; CASTELLS, 1999), entre outros. A partir desse aporte teórico, partimos da hipótese de que o processo discursivo identitário do sujeito-aluno de fronteira seja perpassado pela coexistência dos elementos que compõem o contexto fronteiriço, como o fenômeno de mescla linguística. Tendo em vista o objetivo de investigar o processo de construção identitário, a análise dos recortes busca a interpretação das representações discursivas pela problematização das formações discursivas e das relações interdiscursivas dentro das condições de produção que possibilitaram a construção de determinados sentidos e não outros. Para coleta de dados, foi selecionada a Escola Estadual João Brembatti Calvoso, na cidade de Ponta Porã, que participa do programa federal desde 2009 e desenvolve a proposta bilíngue com ênfase no ensino de português e espanhol. O corpus da pesquisa se constitui da versão oficial do programa Escolas de Fronteira, publicado em 2005, e duas versões do Projeto Político Pedagógico, dos anos de 2007 e 2012, da escola escolhida. O trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro deles, fundamentamos a perspectiva teórica discursiva, os conceitos provenientes dos estudos culturalistas, da Geopolítica e da Análise do Discurso de linha francesa (sujeito, discurso, interdiscurso, formação discursiva, língua, linguagem, bilinguismo e fronteira). No segundo capítulo, apresentamos um histórico da implantação do programa na fronteira Brasil-Paraguai, bem como elementos das dimensões histórico-sociais da região e dos documentos. O último capítulo traz as análises dos recortes selecionados, divididas em três eixos de representações; a saber: língua e linguagem, fronteira e aluno. Os anexos trazem a digitalização dos documentos cedidos à pesquisa pela Secretaria de Educação de Mato Grosso do Sul, que serviram de subsídios para as informações sobre a aplicação do Programa na fronteira Brasil-Paraguai, descritas no segundo capítulo. As análises apontaram para representações de língua portuguesa como “materna” e elemento de “legitimação” social enquanto a língua espanhola foi representada como “instrumento” de acesso ao mercado de trabalho; para fronteira como dividida em duas partes, e aluno emergiu como “brasiguaio”, “cliente” e “ser do mundo atual” e da “tecnologia”. Dessa forma, concluímos que as formações discursivas de mercado e globalização, os interesses das políticas públicas e a relação de desprestígio linguístico compõem o processo identitário do aluno de fronteira, e que os efeitos discursivos gerados por essas representações refutam a hipótese inicialmente levantada.