A crise educacional brasileira em revista: o “Ponto de vista” da Veja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Calves, Nathalie Mattos Garcia
Orientador(a): Souza, Claudete Cameschi de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1319
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo geral compreender e analisar o discurso sobre a crise educacional brasileira na coluna “Ponto de Vista”, da Revista Veja, no ano de 2006, e específicos: a) analisar os discursos dos articulistas sob o prisma do método arqueológico foucaultiano, discutindo as concepções de enunciado, formações discursivas, sujeito, princípio de autoria, raridade e arquivo; b) investigar, sob o método genealógico, também foucaultiano, as relações de poder que atravessam o discurso de cada articulista e da coluna, por meio dos conceitos de ordem, saber e disciplina. Como procedimento metodológico, optou-se pela prática de alternância entre descrição e interpretação, definida por Michel Pêcheux, a ser operada pelo analista. Dado o volume de artigos, procedeu-se ao recorte: foram selecionados sete artigos, no período em questão, que discutem a crise brasileira na escola básica. Dos sete artigos selecionados, quatro são de autoria de Cláudio de Moura e Castro, dois de Lya Luft e um de Stephen Kanitz. Para a análise, optou-se pela Análise do Discurso de linha francesa e elegeu-se como suporte teórico, especialmente, os textos de Foucault (1984, 1999, 2005 e 2006) e Pêcheux (1988 e 1990). Os artigos foram analisados em toda a composição da página da revista, contemplando também os enunciados visuais, a ilustração e a diagramação, sob o ponto de vista de Hernandes (2004) e Foucault (2005). A dissertação divide-se em três capítulos. No primeiro faz-se um histórico da educação no Brasil, da chegada dos jesuítas até os dias atuais e são descritos os principais sistemas de avaliação nacional e o PISA, como sistema internacional. O segundo capítulo é o do referencial teórico, em que se percorre o caminho enunciado – formação discursiva – arquivo, para postular a concepção de discurso que norteia o trabalho. O último capítulo constitui-se como o de maior peso, em que são apresentadas algumas categorias jornalísticas, é definida a metodologia de análise, são expostas as condições de produção da Revista Veja e a análise dos artigos. Em todos os artigos constata-se o discurso da crise do sistema educacional brasileiro. A superação dessa crise é vista num princípio de ordem, disciplina, bem como dependente de uma administração nos moldes da gestão empresarial. A educação é relacionada ao trabalho e tida como meio de ascensão social e motor do capitalismo, visão que coaduna com a da revista que, assumidamente, como veículo opinativo, defende os valores da livre iniciativa.