Jerusalém : a morte do mundo e o nascimento do monstro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Rahe, Juliana Ciambra
Orientador(a): Santos, Rosana Cristina Zanelatto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1818
Resumo: Este trabalho tem como objetivo a análise acerca da presença do monstruoso na obra Antes de nascer o mundo, do moçambicano Mia Couto. A investigação da monstruosidade de Silvestre Vitalício conduz a um entendimento da cultura que o gerou, revelando-nos, por meio da análise de sua transformação, os limites e traçando fronteiras que não devem ser transpostas na busca pela construção de uma identidade moçambicana, bem como os caminhos a serem percorridos no exorcismo do monstro. Isso se dá por meio da (re)invenção identitária, o que pode promover a reintegração do indivíduo ao mundo após a espoliação sofrida com o processo de colonização e de descolonização. Apresentamos a hipótese de que a transformação de Mateus Ventura, patriarca de Antes de nascer o mundo, no monstro Silvestre Vitalício se deu em razão da tentativa de apagamento da experiência traumática sofrida pelo personagem nas guerras de Moçambique. Ao fugir das memórias, exilando-se em Jesusalém, Silvestre Vitalício é incapaz de acessar e compreender o evento traumático e, assim, passa a sofrer de uma crise de identidade, que fundamenta sua transformação em um monstro. Essa crise afeta também aqueles que vivem com ele, fora do mundo. Assim, como monstro, Silvestre ameaça a vida de seus filhos, que correm o risco de morrerem ou se transformarem também em monstros. No entanto, com a chegada de Marta a Jesusalém, os meninos podem se libertar das ameaças do monstro. Afinal, ela promove a desconstrução dos atributos que compõem o monstro e a reconstrução identitária de Ntunzi e Mwanito.