Avaliação do potencial anticâncer de espécies vegetais de Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Martins, Laura Alves Verão
Orientador(a): Matos, Maria de Fátima Cepa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1981
Resumo: Produtos naturais são utilizados no tratamento de diversas doenças, inclusive no combate a vários tipos de câncer. O Estado de Mato Grosso do Sul apresenta uma flora rica e diversificada, fonte de inúmeras espécies exploradas na busca de novas substâncias com atividade biológica. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial anticâncer in vitro de oito espécies vegetais de Mato Grosso do Sul. A atividade antiproliferativa foi avaliada através do teste de citotoxicidade com o corante sulforodamina B (SRB). Na triagem inicial de 12 extratos foi utilizada a linhagem B16-F10 (melanoma murino). Os oito extratos ativos tiveram suas fases e compostos originados destes extratos avaliados adicionalmente, em seis linhagens de células neoplásicas humanas: MCF-7 (mama), PC-3 (próstata), 786-0 (rim), HT-29 (cólon), UACC-62 (melanoma humano), NCI/ADR-RES (ovário resistente a múltiplas drogas) e uma linhagem de células não neoplásicas - NIH/3T3 (fibroblasto murino) para determinação do Índice de Seletividade. Dentre os resultados obtidos, destaca-se o de uma γ-lactona di-hidroxilada isolada da fração diclorometânica das folhas de Mezilaurus crassiramea (Lauraceae), substância da classe dos butanolídeos, que foi ativa em PC-3, HT-29, MCF-7 e UACC-62, com valores de GI50 de 9,95 ± 2,05; 5,11 ± 1,98; 3,74 ± 0,85 e 3,35 ± 1,0 μg/mL, respectivamente. Também foram ativos os extratos etanólico e hexânico das raízes de Annona dioica (Annonaceae) que demonstraram alta seletividade para a linhagem MCF-7. O extrato diclorometânico desta espécie foi ativo contra todas as linhagens neoplásicas avaliadas, destacando-se a GI50 de 0,24 ± 0,005 μg/mL na linhagem de ovário resistente a múltiplas drogas, em comparação ao valor para doxorrubicina (2,99 ± 0,4 μg/mL), além da alta seletividade para esta mesma linhagem tumoral em relação à linhagem de células normais. Os resultados expressivos obtidos para A. dioica provavelmente estão relacionados à presença de compostos da classe das acetogeninas nos extratos. Os extratos de Aniba heringerii (Lauraceae), Macrosiphonia petraea (Apocynaceae) e Vernonia rubricaulis (Asteraceae), de maneira geral, apresentaram moderada atividade. As espécies investigadas se mostraram promissoras como fontes de novos quimioterápicos, tendo-se em vista os resultados relevantes apresentados contra células originárias de vários tipos de câncer.