O tráfico de pessoas na fronteira Brasil, Paraguai e Bolívia e o atendimento às vítimas : o olhar dos profissionais do SUAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Teixeira, Lilian Aguilar
Orientador(a): Almeida, Luciane Pinho de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2505
Resumo: O tráfico de pessoas é um crime antigo que possui novas modalidades devido ao capitalismo, globalização e às desigualdades sociais, que propiciaram a sua expansão, submetendo os seres humanos a diversas formas de exploração. Quando a vítima ou possível vítima consegue escapar da rede criminosa de tráfico de pessoas, retornam fragilizadas com traumas psicológicos e até sequelas físicas, necessitando de apoio na tentativa de recuperar a dignidade e a vida roubada. Desse modo, foi criada no Brasil a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que possui em um dos seus eixos, o atendimento às vítimas de tráfico de pessoas. O presente estudo tem como tema “O Tráfico de Pessoas na Fronteira Brasil, Paraguai e Bolívia e o Atendimento às Vítimas: o olhar dos profissionais do SUAS”. Teve como abordagem o método qualitativo na perspectiva do materialismo histórico dialético e foi realizada por meio de entrevista semiestruturada com os profissionais da política de assistência social que atuam nas cidades de Corumbá e Ponta Porã, ambas no Estado de Mato Grosso do Sul e que fazem fronteira com Bolívia e Paraguai. O objetivo geral foi estudar a política de assistência social da perspectiva dos profissionais do SUAS quanto ao tráfico de pessoas na fronteira do Estado de Mato Grosso do Sul. O universo da pesquisa constituiu-se de 11 profissionais do CREAS, CAM, Secretaria de Assistência Social, Pastoral do Migrante dos municípios citados. Os resultados mostraram que não há estatísticas concretas que registrem os casos de tráfico. Ocorreu a percepção de alguns profissionais da política de assistência social que relataram situações de suspeitas e de crimes que estão ligados ao tráfico de pessoas, porém alguns demonstraram não saber como lidar com a situação de atendimento às vítimas por falta de uma experiência aprofundada no assunto e ausência de capacitações que acabam dificultando uma orientação adequada, também foi apontado o desconhecimento da rede de assistência por parte de alguns profissionais. Assim, é fundamental o desenvolvimento de capacitações para os profissionais com o objetivo de qualificá-los para o atendimento às vítimas de tráfico de pessoas. Além disso, é extremamente necessária a implantação de Postos Avançados na fronteira do MS para que sejam desenvolvidas ações que atendam os casos específicos que são demandados às instâncias de atendimento nas cidades fronteiriças. O Estado deve procurar proporcionar aos sujeitos de direitos o acesso aos direitos que lhes são negados, sendo necessário tornar o atendimento psicossocial acessível às massas superexploradas.