Saberes docentes e o ensino por investigação: contribuições de uma formação continuada em Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: DELGADO, JOELMA DOS SANTOS GARCIA lattes
Orientador(a): MACHADO, VERA DE MATTOS lattes
Banca de defesa: MACHADO, VERA DE MATTOS lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências
Departamento: INFI
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/11400
Resumo: É evidente a urgência em se promover uma alfabetização científica à sociedade por meio de um ensino que incentive a investigação como forma de resolver problemas, como a proposta do Ensino por Investigação (EI). Nesse sentido, o objetivo principal dessa pesquisa foi investigar os saberes docentes, segundo referencial teórico de Maurice Tardif, relativos ao EI, a partir da perspectiva dos professores que cursaram a formação continuada oferecida pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS) em 2014 (Ação de formação continuada para professores pesquisadores). A pesquisa é de natureza qualitativa e seus instrumentos de coleta de dados foram a entrevista - feita com duas professoras de Biologia, um professor de Física e um professor de Química da Rede Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul e com os dois coordenadores das formações continuadas - e a análise documental - projetos de extensão das formações que, além da anteriormente citada, envolveu também sua segunda edição (2015) e o projeto e relatório do Ciclo de oficinas em pesquisa no ensino básico para professores da Rede Estadual e Municipal de Campo Grande (2016). Na análise foram utilizados pressupostos da Análise de Conteúdo, que originaram as categorias de análise. Os dados revelam que a formação em pauta proporcionou diversos saberes, sendo ela determinante para que as duas professoras de Biologia implementassem o EI. Quanto aos saberes disciplinares, verificamos a relevância do aporte sobre a epistemologia da Ciência para compreensão e aplicação do EI. Relativo aos saberes curriculares, a gestão do tempo foi observada como uma das maiores dificuldades para os docentes, principalmente para as professoras, que perfazem um trabalho elástico, investindo a si mesmas nesse ofício. Os professores enfrentam dilemas, interpretando e adaptando o programa conforme seus saberes e condicionantes. Dos professores entrevistados, apenas o de Química não se interessa pelo EI, inferindo que, por possuir maior tempo no magistério, já possui certezas impregnadas nos primeiros anos de carreira, influenciando sua conduta, pois é nesse período que os saberes experienciais são intensamente estruturados, além de dificuldades atreladas ao seu contexto. Os saberes experienciais proporcionam a certeza, pelas professoras, de que os estudantes ficam mais motivados quando escolhem o tema de sua pesquisa. A experiência também influencia os saberes curriculares e revela que a feira científica é um elemento de aprendizagem docente e um componente motivacional. Ela também aprimora os professores na aplicação do EI, além de revelar resultados positivos com os estudantes. No entanto, são necessárias condições mais adequadas para o desenvolvimento do EI nos contextos analisados. Quanto às formações, mesmo verificando um viés voltado para a prática mais amplo na formação de 2016, ainda percebemos que ela não é o centro da formação, diferindo das orientações de Tardif.