Comunidade Yuba: limites e perspectivas da produção comunitária camponesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Mendes, Eduardo Roberto
Orientador(a): Marcos, Valéria de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1005
Resumo: O objetivo principal deste trabalho é o de entender como se dá a territorialização da Comunidade Yuba. Composta por camponeses, localizada no município de Mirandópolis, região noroeste do Estado de São Paulo, é formada por japoneses e descendentes, que migraram para o Brasil a partir da década de 1920. Foi fundada em 1935 por Issamu Yuba, japonês de forte personalidade que, através de leituras libertárias, idealizou uma sociedade baseada no tripé: “trabalho, arte e religião”, o qual, por sua vez, forma a identidade territorial de seus integrantes. Além do tripé, a comunidade tem seu funcionamento interno baseado no trabalho e posse comunitária dos frutos do trabalho. Tais ideais, a nosso ver, se aproximam das teorias anarquistas dos séculos XIX e XX, principalmente do anarquismo comunista do geógrafo Kropotkin que tem como moto: “De cada um de acordo com as suas possibilidades; e a cada um de acordo com as suas necessidades”. Para tal, este trabalho foi feito através de revisões bibliográficas e trabalhos de campo. Procurouse em um primeiro momento apresentar as teorias de organização comunitárias no campo e, em seguida, algumas dessas práticas no Brasil, mostrando que o modo de reprodução da Comunidade Yuba não é uma exceção, quanto ao campesinato brasileiro, onde várias práticas de produção/consumo comunitários já foram (e são) vivenciadas. Para compreender o contexto de criação da comunidade, realizou-se uma contextualização sobre a imigração japonesa para o Brasil, sobre a vida destes imigrantes em novas terras estrangeiras. As causas da vinda da família Yuba para o Brasil também foram tratadas, assim como a vida e o ideal de Issamu Yuba. A partir dai passou-se a analisar o processo de instalação da comunidade e como ela vem se reproduzindo durante seus 76 anos de existência. Sua dinâmica de funcionamento na atualidade foi estudada detalhadamente através de cinco espaços: do trabalho, da arte, da religião, da política e da economia que, juntos, nos permitem compreender como se dá a territorialização da Comunidade Yuba, comprovando assim seu status camponês e confirmando as práticas comunitárias ligadas ao anarquismo comunista, elaborado por Kropotkin.