Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Becari, Rosemeire de Jesus Ferrarezi |
Orientador(a): |
Martins, Silvane Aparecida de Freitas |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1041
|
Resumo: |
O acontecimento discursivo do World Trade Center narrado pela mídia jornalística escrita é o ponto inicial das investigações desta dissertação. Interessam-nos, para esta pesquisa, as produções sociais de sentidos dos discursos midiáticos, associadas às representações sociais ou aos modelos identitários revelados nos gêneros reportagem e cartas do leitor. Dessa maneira, a proposta deste estudo é identificar formações discursivas e ideológicas, relações de poder e efeitos de sentido construídos pela mídia sobre o acontecimento discursivo do World Trade Center, ocorrido no dia 11 de setembro em 2001, nos Estados Unidos da América (EUA). Para tanto, analisam-se marcas enunciativas presentes nos discursos/gêneros textuais cartas do leitor e reportagens principais das revistas Veja e Caros Amigos. Trata-se de uma pesquisa de cunho multidisciplinar, ancorada no método arqueogenealógico foucaultiano. Estudamos também as representações sociais contidas nesses discursos a partir dos conceitos de discurso, dialogismo/heterogeneidade, sujeito, jogo de imagens/representação social, ideologia e relações de poder, investigando as práticas discursivas ligadas à constituição identitária do povo islâmico e do norte-americano. Nossa hipótese é que as duas revistas silenciam posicionamentos e ideologias de seus leitores. Recorremos aos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD), em especial a construtos de Pêcheux (1988, 1990), Foucault (1972, 1979, 2005), Orlandi (2005), Gregolin (2007), Brandão (2004), Authier Revuz (1990) e Coracini (2007), e a contribuições de alguns estudiosos da linguagem, como Bakhtin (1999), Citelli (2006), Martins (1997, 2006, 2008), entre outros, e da mídia, como Charaudeau (2009) e Scalzo (2007). Buscamos ainda, nos arcabouços teóricos dos Estudos Culturais, princípios defendidos por Bhabha (1998) e Hall (2000; 2005), entre outros. No que tange à coleta de dados e ao córpus, selecionamos, inicialmente, reportagens impressas acerca do atentado do World Trade Center, veiculadas pelas revistas em questão no período de setembro a outubro de 2001. Selecionadas as reportagens, procedemos a recortes de enunciados, de que resultou um total de 12 excertos analisados. Além disso, foram analisadas as cartas do leitor de ambas as revistas. Dividimos a dissertação em três capítulos. No primeiro, delimitamos e explicitamos alguns conceitos teóricos desenvolvidos durante toda a pesquisa. No segundo, trazemos as condições de produção, focalizando os gêneros discursivos e midiáticos e um breve histórico da origem e transformação de Veja e Caros Amigos, bem como do islamismo, da política norte-americana e do Império Bush, além dos conflitos entre os povos muçulmanos. No terceiro capítulo, realizamos as análises, escavando os arquivos em busca do que está silenciado na memória discursiva e observando como os diferentes sentidos são instaurados pela mídia. Constatamos que é pelo viés discursivo que a mídia instaura sua ideologia e que o leitor vai interpretar e apreender os sentidos e posicionamentos sócio-histórico-ideológicos abarcados pelos diversos suportes. |