Aspectos histométricos hepáticos e de cistos de Nematoda em Gymnotus aff. inaequilabiatus (Actinopterygii: Gymnotiformes) provenientes do Pantanal, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Galindo, Gizela Melina
Orientador(a): Fernandes, Carlos Eurico dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2716
Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar aspectos morfológicos e morfométricos do fígado de Gymnotus aff. inaequilabiatus parasitados naturalmente por formas císticas de Nematoda. Foram utilizados 89 espécimes adultos. Após eutanásia, procedeu-se registro do peso total (g), comprimento total (cm), necropsia para análise macroscópica do fígado, contagem das estruturas císticas do órgão, peso do fígado (g) e relação hepatossomática (RHS). Um fragmento hepático do lobo maior foi retirado para análise histopatológica e histomorfométrica. O peso total médio dos espécimes foi de 137,4±30,7g, comprimento total de 34,1±2,8cm. Do fígado o peso foi de 0,8±0,2g e a RHS de 0,6±0,1. Do total de fígados avaliados macroscopicamente 69 (87,3%) apresentaram cistos parasitários com amplitude de 0 a 200. Na análise microscópica 79 (100%) dos fragmentos dos fígados avaliados apresentaram cistos parasitários. A análise microscópica revelou hepatócitos distribuídos uniformemente no parênquima com citoplasma de textura homogênea formando grupos que usualmente se juntavam paralelamente ao espaço sinusoidal. O núcleo e nucléolo eram evidentes. Observou-se a presença de ductos biliares e centro de melanomacrófagos dispersos em todo parênquima hepático. O percentual médio das estruturas hepáticas foi de 73,0 ±14,1% para hepatócitos, 19, 3 ±13,3% para sinusóides, 3,2 ±2,6% para os centros de melanomacrófagos (CMMs), 2,1 ±3,7% para vasos sanguíneos e 1,0 ±0,8% para ductos biliares. Não foram encontradas alterações histológicas regressivas e progressivas no tecido hepático. As estruturas císticas parasitárias ocuparam em média 1,8 ±5,8% do parênquima hepático e eram constituídas por uma cápsula externa colagenosa de espessura variável,usualmente circundada por CMMs e células granulocíticas eosinofílicas (CGEs). A densidade dos hepatócitos correlacionou-se com o percentual de cistos parasitários contados microscopicamente por fragmento (r=-0,32, P<0,001). Embora os coeficientes de correlação tenham sido baixos, as medidas morfométricas dos cistos parasitários apresentaram correlações significativas com todas as variáveis morfométricas dos hepatócitos, exceto a parede cística (μm) e deposição de colágeno pericístico (μm) com o perímetro do hepatócito e a circularidade nuclear. Houve correlação significativa entre número de cistos de Nematoda avaliados microscopicamente com as CGEs pericísticas (r=0,47, P<0,001) e CMMs pericísticos (r=0,85, P<0,001). Com deste estudo foi possível concluir que Gymnotus aff. inaequilabiatus possui uma eficiente resposta imune inata contra a infecção por Nematoda, sem alterações importantes no parênquima hepático, mesmo em animais com parasitismo intenso.