Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Peron, Eliza da Silva Martins |
Orientador(a): |
Santos, Paulo Sergio Nolasco dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1126
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Resumo: |
Esta é uma pesquisa sobre o romance Amar-te a ti nem sei se com caricias (2004) de Wilson Bueno, cuja maestria da escrita consagra a narrativa por meio do trabalho com a linguagem. Analisamos a narrativa na perspectiva da elaboração dos textos literários contemporaneos, discutindo temas como a transgressão à forma tradicional do fazer literário, a fragmentação da narrativa, a ironia e o jogo como recursos fundamentais para a urdidura da narrativa, enfatizando a invenção verbal e os diferentes recursos estilisticos que Bueno aproveita intencionalmente para tecer a narrativa para além da simples cópia. Retomamos também a discussão sobre o "fim das grandes narrativas", pois vimos surgir na contemporaneidade textos que preferem a linguagem como enredo, cuja diferença está em sua não-pretensão de romper com o movimento que lhe deu origem, ao contrário, sugerem ao mesmo tempo continuismo e profanação com os escritores ou com a linguagem precedente. Assim é por meio do diálogo com o passado e com sintaxe labirintica, que Bueno instala construções inusitadas, o que serve tanto para revitalizar a linguagem contemporanea quanto a prosa oitocentista. Nessa perspectiva, a dissertação ressalta o caráter de renovação e de revitalização na obra em questão. Assim, temos em Amar-te a ti nem sei se com caricias uma interpenetração de discursos que privilegia o jogo e a ironia, segundo os aspectos da recriação e da apropriação. Esse movimento de reescritura, de recriação, possibilita o diálogo entre os séculos XIX e XXI, o que verificamos pelas relações intertextuais estabelecidas como operadoras de diálogos com a tradição literária, elementos que Bueno retoma e registra, constituindo tanto uma sátira quanto uma homenagem à lingua portuguesa, "inculta e bela". É deste modo que a narrativa de Bueno revela-se: como atualização do passado pela perspectiva histórica e também como atualização do presente, repensando e recriando as formas e os conteúdos do passado, revelando as formas da recriação demonstrando talento único de quem domina não só a própria linguagem, mas a arte de narrar, iluminando o silencio, os interditos, o dito e o não-dito com palavras. |