Adolescentes autoras de ato infracional: discurso, identidade e representação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Almeida, Vania Cristina Torres Gomes de
Orientador(a): Nascimento, Celina Aparecida Garcia de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1450
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar aspectos relativos às identidades construídas no discurso por meio das representações presentes nos enunciados de adolescentes autoras de ato infracional que cumprem medida socioeducativa em duas Unidades Educacionais de Internação (UNEI) femininas, situadas em Campo Grande e Dourados, as quais recebem jovens em conflito com a lei, sob medida de internação. Analisamos, também, como a identidade e o poder são construídos pelas representações discursivas presentes nos enunciados das duas diretoras das unidades mencionadas. Temos como hipótese que as adolescentes constroem suas identidades a partir de conflitos tanto familiares quanto econômicos e sociais. A primeira etapa da pesquisa foi feita por meio de questionários e a segunda compreendeu entrevistas, com o intuito de fazer um paralelo entre as respostas coletadas, a fim de conhecer melhor os envolvidos. Esta investigação situa-se no campo da Análise de Discurso (AD) e dos Estudos Culturais. Os modelos teóricos utilizados da AD foram de Pêcheux (1988, 1997) e de Orlandi (2001); dos Estudos Culturais, foram utilizados, Hall (2000) e Silva (2000). Constatamos que as adolescentes optam pelo caminho do ato infracional em decorrência da desestruturação familiar, somada às necessidades de consumo, como a falta de vestuário, de alimento e de dinheiro para a diversão que as jovens não encontram em suas "casas". As identidades são construídas na/pela ausência da família e, à medida que os atos infracionais são praticados, como conseqüência surge o arrependimento que coloca em xeque a própria identidade. As representações das adolescentes revelam-se linguística e culturalmente marcadas pela exclusão tanto familiar quanto social. Os discursos das diretoras evidenciam, por um lado, a necessidade de representar-se como instituição de poder e, por outro, como "família" ("a família UNEI") que se preocupa com o bom comportamento das adolescentes na unidade.