Sensoriamento remoto aplicado à análise evolutiva do uso e ocupação do solo no Pantanal da Nhecolândia (MS): o exemplo da fazenda Firme

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Bacani, Vitor Matheus
Orientador(a): Sakamoto, Arnaldo Yoso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1090
Resumo: O Pantanal Mato-Grossense não se constitui numa unidade homogênea por toda sua extensão. À medida que nos dirigimos da escala macrorregional para uma escala sub-regional, nota-se uma mudança na fisiografia da paisagem. A Nhecolândia é uma sub-região do Pantanal caracterizada pela presença de rios, “baías”, “salinas”, “vazantes”, “corixos”, “banhados”, “cordilheiras”, “campos limpos”, “campos sujos”, matas e cerrados. Objetiva-se avaliar a evolução do uso e ocupação do solo e seus impactos nas diferentes unidades da paisagem do Pantanal da Nhecolândia situadas na fazenda Firme, ao longo dos anos de, 1987, 1994 e 2004. O delineamento teórico que norteou as ações metodológicas desta pesquisa reportase ao entendimento das concepções de paisagem, apoiadas na análise integrada do ambiente. As etapas percorridas para execução desta pesquisa resumem-se em duas etapas principais: identificar a área com maior grau de alteração através dos mapas de uso do solo de 1987, 1994 e 2004, e em seguida analisar o comportamento microclimático e a morfologia dos solos em unidades de paisagem naturais e alteradas por ação antrópica. Realizou-se, inicialmente uma classificação de lagoas “salinas” (alcalinas) e “baías” (lagoas que não exibem alcalinidade) com base em dados de sensoriamento remoto e medidas dos parâmetros físico-químicos (pH, condutividade elétrica e temperatura) das lagoas à campo. A distinção entre lagoas “salinas” e “baías” auxiliou a etapa seguinte de mapeamento do uso e ocupação do solo, em 5 classes: solo nu, campo natural ou pastagem, “cordilheira”, “salina” e corpos de água doce (“baías” e “vazantes”), por meio de imagens CBERS- 2/CCD, LANDSAT-5/TM e trabalhos de campo. Consecutivamente, elaborou-se um modelo numérico de terreno (MNT), associando-se as diferentes cotas altimétricas às unidades de paisagem mapeadas. Após a identificação da área mais impactada procederam-se os levantamentos de campo. Selecionou-se uma salina experimental, denominada “Pedra do sol”. Traçou-se um transecto no sentido E-W de aproximadamente 650 m, abrangendo três unidades de paisagem: área de pastagem (área desmatada), “praia salina” e “cordilheira” (mata natural). Estudaramse nestes três ambientes a organização da morfologia dos solos e o comportamento microclimático. Os resultados apontaram uma elevada correlação entre a ocorrência de unidades de paisagem com determinados agrupamentos de cotas altimétricas. Dentre as 17 lagoas mensuradas a campo, 9 foram classificadas como “salinas” e 5como “baías”. As principais transformações ocorridas nas 5 classes mapeadas são: a intensificação do uso do solo (desmatamentos, expansão das áreas de pastagem, estradas, entre outras) e as oscilações do regime hidrológico, configuradas pelos diferentes níveis de inundação. O comportamento microclimático e a organização da morfologia do solo da unidade de paisagem “cordilheira” e “praia salina” demonstraram elevada correspondência com estudos realizados no Pantanal da Baixa Nhecolândia, entretanto a área de pastagem (desmatada) revelou profundas alterações microclimáticas e pedológicas. As transformações decorrentes do uso do solo têm se intensificado mais recentemente com a expansão das áreas de pastagem. Esta unidade de paisagem configura-se como um ambiente que se expande fortemente na paisagem da sub-região da Nhecolândia, cujos impactos foram evidenciados nos mapeamentos efetuados.