Escrever com a câmera: cinema e literatura na obra de Jean-Luc Godard

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Mario Alves Coutinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-76SPF7
Resumo: Esta tese pretende mostrar que, ao produzir sua obra cinematográfica, Jean-Luc Godard realizou, concomitantemente, uma obra literária. Para isso, foram estudadas teoricamente três diferentes modulações do literário no cinema godardiano: a adaptação como tradução intersemiótica, a literatura como intertexto, citação, plágio, dialogismo, polifonia; o poético e Arthur Rimbaud. Para cada uma dessas modulações, um filme foi analisado, à luz do referencial teórico pertinente. Desta maneira, analisou-se O desprezo como uma tradução intersemiótica de vários textos literários(o romance homônimo de Alberto Moravia e a Odisséia de Homero, principalmente); Alphaville como o exemplo de intertextualidade, polifonia, citação; o demônio das onze coisas que eu sei dela é abordado sob a perspectiva do ensaísmo literário e cinematográfico. Foi demonstrado que muitos dos filmes de Jean-Luc Godard ( ou algumas seqüências de certas fitas) poderiam ser enquadrados numa dessas modulações, e que alguns deles poderiam até mesmo ser descritos como pertencentes a mais de uma categoria estudada. Ficou evidenciado, também, que a intertextualidade literária na sua obra transformou-se num método orgânico e que o diretor utilizou os recursos cinematográficos (enquadramentos, luz, montagem) para filmar palavras, criar paronomásias, anagramas, usando cinematograficamente o som para jogar e brincar com as palavras. Em resumo, o trabalho procurou mostrar que Godard, concretamente, "escreveu com a câmera".