Memória emocional na esclerose lateral amiotrófica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Natália Araújo Sundfeld da Gama
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
Programa de Pós-Graduação em Neurociências
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/35173
Resumo: Objetivo: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa classificada em esporádica (ELAe) ou familiar (ELAf). A ELA familiar tipo 8 é uma desordem autossômica dominante ligada à mutação p.P56S do gene da VAPB. O objetivo deste trabalho foi avaliar a memória de reconhecimento para imagens de valência positiva e negativa em pacientes com ELAe e ELA8, bem como comparar a cognição global e o reconhecimento de faces emocionais entre esses grupos. Método: A amostra foi composta por pacientes com ELA8 (n=20, 13 homens, idade média de 51,4 ± 8,48 anos e tempo médio de diagnóstico de 42,6 ± 49 meses), ELAe (n=20, 8 homens, idade média de 55,4 ± 9,7 anos e tempo médio de diagnóstico de 31,9 ± 46,7 meses) e grupo controle (n=20; 9 homens, e idade média de 56,9 ± 9 anos). Os grupos clínicos e os controles foram pareados por idade e anos de escolaridade. Os participantes foram submetidos a uma avaliação psiquiátrica (Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão) e neuropsicológica, composta por uma tarefa experimental de memória emocional e pelos instrumentos Mini Exame do Estado Mental, versão brasileira e revisada da Addenbrooke’s Cognitive Examination e o Teste de Reconhecimento de Emoções Faciais. Resultados: Os grupos ELA8 e ELAe tiveram desempenho significativamente inferior aos controles nas medidas de cognição geral, mas não diferiram entre si. O grupo ELAe apresentou fluência fonêmica (letra P) e semântica (animais) inferior aos controles e reconheceu menos faces de surpresa do que os demais grupos. Os grupos com ELA apresentaram um déficit significativo na capacidade de reconhecer estímulos de valência positiva em comparação com estímulos de valência negativa, padrão que não foi observado em sujeitos saudáveis. Esses déficits foram correlacionados positivamente à fluência. Somente o grupo ELA8 apresentou ansiedade média clinicamente relevante. Conclusões: As alterações cognitivas e emocionais parecem ser mais proeminentes na ELAe do que na ELA8 e o comprometimento no reconhecimento de imagens positivas apresentado pelos dois grupos clínicos é consistente com o fato de que o processamento de estímulos positivos depende de circuitos pré-frontais, os quais podem estar comprometidos nessa doença.