Corpos em baile: giros da literatura, giros do afeto nos Gerais
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil IGC - INSTITUTO DE GEOCIENCIAS Programa de Pós-Graduação em Geografia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/37254 |
Resumo: | Esta tese propõe um jogo de múltiplas traduções, interações e experimentações entre o espaço geográfico do sertão mineiro e o espaço ficcional das obras do escritor João Guimarães Rosa. Por dentro e nas margens desse jogo - ou dessa travessia -, foi preciso transpor o espaço do livro por meio de “uma viagem mais dilatada”, colocando o corpo do pesquisador em movimento, em experiência sensorial com o sertão rosiano contemporâneo. A partir de experiências de campo multi-situadas, desnudou-se a maneira pela qual o grande sertão da linguagem transborda para além da obra rosiana, estabelecendo circulações, alianças e conexões surpreendentes com o sertão do mundo, em suas configurações socioculturais, ambientais e territoriais dos Gerais. Nutridos pela vitalidade literária, os atores em nosso locus de pesquisa - lideranças locais, organizações não governamentais, unidades de conservação, artistas, comunidades e pesquisadores - se entrelaçam em uma “rede rosiana” de atuação diversa no território. Análogos à linguagem de Rosa, que “libera as muitas línguas presas na língua”, as narrativas, discursos e racionalidades dessa “rede” são capazes de desestabilizar a linguagem instrumental, desenvolvimentista e monotemática que avança freneticamente pelo Cerrado. Mas como tudo isso se dá? Como se transpõem e se traduzem os discursos do espaço ficcional de Guimarães Rosa (já com grande influência regional e nacional) para o espaço geográfico do sertão mineiro na contemporaneidade – já intensamente transformado, do ponto de vista socioambiental e cultural, nas décadas seguintes às publicações de Rosa? Como a obra e o espaço se transformam mutuamente? E qual o efeito, o resultado dessa interação? Quais as incertezas, hesitações e perplexidades desse processo? No exercício teórico, reflexivo e propositivo deste trabalho, foi preciso arrastar a língua das geografias do sertão do mundo para fora de seus sulcos costumeiros e ser mais um corpo que baila, que segue alastrando recados, multiplicando mundos feitos de oralidades, escritas, sertões, veredas, geografias e literaturas. |