Pirro de Élis : discussão sobre testemunhos e disputa entre interpretações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rafael Spontan da Silva Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/54046
Resumo: Há uma discussão muito ativa concernente a que interpretação seria a mais adequada para a filosofia de Pirro de Élis, filósofo enigmático que, desde a antiguidade, é creditado como o primeiro a assumir o tipo de postura filosófica a que se remetem os escritos da tradição do ceticismo pirrônico antigo. Habitualmente, a tradição pirrônica é tomada mais ou menos como uma unidade. Isso desde seu início, com Pirro, até a sua fase mais tardia, quinhentos anos posterior. Os escritos mais íntegros e em maior quantidade são os que remetem a essa fase tardia. Então, porque a tradição pirrônica é tomada mais ou menos como uma unidade, a perspectiva filosófica que Pirro teria mantido é habitualmente interpretada como uma versão incipiente do que se vê nos escritos da tradição tardia. Mas existem outras interpretações para Pirro além dessa. Essas outras assumem que a filosofia de Pirro difere decisivamente da tradição tardia. Seja aquela mais habitual, sejam essas menos, quiasquer das interpretações têm por matéria as aparições de Pirro na literatura antiga, isto é, os testemunhos sobre Pirro. Esses testemunhos são quase sempre muito breves, muitas vezes anedóticos; no geral, tratam de sua filosofia de modo pouco substancial. Desses testemunhos, acreditamos que um se destaca: tratase do sumário da filosofia de Pirro contido na refutação contra pirronismo escrita pelo peripatético Arístocles de Messina. Acreditamos que a interpretação do testemunho de Arístocles determina a interpretação geral sobre a filosofia de Pirro. Nesta nossa dissertação, então, procuraremos destacar, primeiro, a prioridade desse importante testemunho em relação aos demais, sobretudo em relação àqueles que se encontram entre os escritos da fase tardia do ceticismo pirrônico. Depois, apresentaremos as interpretações sobre a filosofia de Pirro; elas são quatro: a epistemológica, a ética, a orientalista e a metafísica. Por último, discutiremos como essas interpretações operam no importante testemunho de Arístocles. Como conclusão, acreditamos que, dentre as interpretações, a menos apropriada para descrever a filosofia de Pirro é a epistemológica.