Estrutura da comunidade de formigas em um gradiente altitudinal de campo rupestre na Serra do Cipó, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Tate Corrêa Lana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservacao e Manejo da Vida Silvestre
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/36089
Resumo: O declínio monotônico do número de espécies da comunidade é o padrão mais comumente encontrado em estudos sobre ecossistemas altimontanos. Essa redução é relacionada ao aumento das severidades climáticas e aos fatores ambientais como diminuição dos recursos e redução da heterogeneidade espacial. Esse cenário tem grande implicação na conservação ambiental, pois é nas montanhas onde se espera que haja uma constrição espacial da comunidade devido às alterações climáticas previstas. Considerados de importância mundial para a conservação ambiental, os campos rupestres carecem de estudos que retratem a fauna ao longo do seu gradiente altitudinal. O presente estudo verificou os padrões de distribuição da diversidade de formigas ao longo de uma montanha de campo rupestre em diferentes escalas (α, β, γ). Além disso, foram verificados os principais mecanismos que poderiam influenciar esses componentes da diversidade ao longo da montanha, como a variação da temperatura e da estrutura do habitat. Ao longo do gradiente altitudinal, foram selecionadas sete áreas com intervalo de altitude de 100m entre elas. Em cada altitude foram marcados 15 pontos de coleta e feita a caracterização ambiental. Foram utilizadas quatro metodologias complementares para amostragem das formigas: pitfall epigéico, extrator de Winkler, batimento e varredura. Foram encontradas 170 espécies de formigas, o que corrobora com a grande diversidade de espécies de outros grupos taxonômicos da Serra do Cipó. A subfamília Myrmicinae apresentou 95 espécies, predominando os gêneros Pheidole e Solenopsis. Camponotus foi o gênero com maior número de espécies. A heterogeneidade da vegetação e a riqueza de plantas influenciaram positivamente a diversidade de formigas nas escalas α e γ, respectivamente. A riqueza de plantas também influenciou positivamente a diversidade β. Dessa forma, podemos retratar que a diversidade da mirmecofauna ao longo da montanha, em todas as escalas, acompanha a diversificação biogeográfica e histórica das plantas desse ecossistema. Nosso estudo foi precursor em diferenciar os componentes da diversidade β em aninhamento e substituição (turnover) para a comunidade de formigas nos campos rupestres. Essa decomposição é essencial para projetos de conservação ambiental, pois são necessárias estratégias distintas a serem adotadas de acordo com esse resultado. No caso dos campos rupestres, planos de conservação devem priorizar toda a montanha, com abrangência de todos os tipos de micro-habitats, pois a montanha é formada pelo alto turnover de espécies entre os locais, ou seja, é um ecossistema que se diferencia no seu todo. Sugerimos a continuidade do monitoramento da diversidade de formigas em todo o gradiente de altitude, uma vez que as espécies que ocorrem nas partes mais altas da montanha são suscetíveis ao estresse provocado pela constrição espacial face às migrações de espécies previstas com as alterações climáticas e ambientais.